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Acordo global sobre plástico pode avançar neste ano

Falta de padronização sobre o que é uma sacola plástica, por exemplo, atrapalha controle da poluição e afeta os negócios

Pessoa recolhendo garrafa de plástico de areia em praia

Por ano, são gerados 303 milhões de toneladas de lixo plástico, ou 75% de tudo o que é produzido com o material no planeta | Foto: Getty Images

Com a sustentabilidade tomando a frente dos debates corporativos, um tratado global para regulamentação do plástico está ganhando força e pode ter avanços até o início do próximo ano. Reportagem da National Geographic mostra que há uma grande preocupação e interesse, tanto por parte de países quanto de empresas, em chegara a um denominador comum sobre o assunto.

Segundo a matéria, atualmente existem sete definições sobre o que é uma sacola de plástico, o que dificulta o controle do objeto no mundo.

A falta de uma regulamentação global atrapalha ainda a reciclagem, uma vez que os países têm regras específicas sobre o que pode ser misturado à composição química de um objeto.

Por isso, alguns países como a Noruega, que preside a Assembleia Ambiental da Organização das Nações Unidas (ONU), buscam andar com o assunto na próxima reunião do grupo, programada para o formato presencial em Nairóbi, capital do Quênia, em fevereiro de 2022.

Antes, há a expectativa de que alguns países com interesse no assunto, como Equador, Alemanha, Gana e Vietnã avancem na conversa até setembro deste ano.

Cenário ambiental desafiador

Recentemente, estudo da organização filantrópica Minderoo Foundation revelou que 20 companhias – a maioria de energia e petroquímicos – são responsáveis por 55% de todo o plástico descartável que vira lixo do mundo.

A matéria da National Geographic diz que, por ano, são gerados cerca de 303 milhões de toneladas de lixo plástico, o que representa 75% de tudo o que é produzido com o material no planeta.

A expectativa é que a produção triplique até 2050, assim como aumente na mesma proporção também o lixo de plástico acumulado nos oceanos até 2040, para 32 milhões de toneladas por ano.

Interesse das empresas com o plástico

Muitas das companhias líderes na produção de plástico fornecem matéria-prima para a produção de sacolas plásticas, que são o símbolo da poluição com o material no planeta, mas também para embalagem de alimentos.

A National Geographic traz o exemplo da fabricante de alimentos Nestlé. A empresa vende seus produtos em 187 países e isso significa que ela precisa estar em conformidade com 187 diferentes legislações sobre o plástico.

Logo, assumir compromissos sustentáveis sobre a questão do plástico envolve não só a reputação, mas também os resultados financeiros das empresas – o que as mesmas pareciam não ver há cerca de cinco anos, segundo a National Geographic.

“Estávamos preocupados com o elemento vinculante de um tratado global. Sentimos que ainda não estávamos prontos para isso. Agora, acreditamos que um instrumento global é necessário para nos ajudar a eliminar resíduos no meio ambiente e ajudar empresas a cumprir compromissos voluntários”, diz Stewart Harris, do Conselho Americano de Química que fala em nome do Conselho Internacional de Associações Químicas.

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