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Ambiente é favorável para a emissão de dívida corporativa

Banco Safra vê dívida corporativa como um dos melhores instrumentos para se investir em um ambiente de aperto monetário

debêntures

O spread médio de negociação no mercado tem subido e investidores estão mais cautelosos quanto a títulos de maior prazo | Foto: Getty Images

O mercado de dívida corporativa (que inclui debêntures, CRA, CRI e outros títulos) tem sido um dos principais meios para as companhias financiarem seu investimento em bens de capital (Capex), capital de giro e alongamento da dívida, trazendo fôlego de caixa.

Esse mercado vem evoluindo ao longo dos anos e ganhou mais liquidez após a criação das debêntures incentivadas. Em termos quantitativos, o volume de emissão de debêntures cresce ano após ano, tendo um recuo em 2020 (R$121 bilhões vs. R$185 bilhões em 2019), mas voltando a crescer forte em 2021, mais do que o dobre frente a 2020.

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Esse aumento em 2021 é explicado pelos juros crescentes, inflação em alta e incertezas econômicas. Em 2022, o volume de emissão se mantém forte, mas além dos fatores como a inflação, é válido dizer que, no lado da demanda, fundos de renda fixa estão capitalizados e, no lado da oferta, mais empresas buscam emitir dívida diante do pouco apetite do mercado para novos IPOs.

Em época de juros baixos os investimentos são direcionados para a renda variável (compra de ações, por exemplo), que são ativos com maior risco-retorno quando comparado à renda fixa. Em outras palavras, o investidor busca um risco maior de forma a obter mais retorno.

As decisões de investimentos mudam quando entramos em um cenário de inflação em alta e aperto monetário, exatamente o que vivenciamos hoje. Nesse sentido, o fluxo de capital vai ser direcionado para a renda fixa, seja para a compra de títulos bancários, dívida corporativa ou fundos de investimento em renda fixa.

É notável a capitalização dos fundos de renda fixa nesse cenário atual, fazendo com que estes fundos tenham mais apetite para levar novas emissões de dívida que chegam no mercado e, consequentemente, favorecendo que mais empresas venham a emitir dívida.

Outro fator importante a se considerar, e que tem levado muitas empresas a optarem pelo mercado de dívida, é a falta de apetite do investidor para entrar nos IPOs (Oferta Pública Primária de ações). Tanto é que nesse ano ainda não tivemos IPO, os que estavam programados para o primeiro trimestre foram remarcados ou cancelados. Quanto às ofertas de follow-on (oferta secundária de ações), foram realizadas 7 operações, totalizando R$11 bilhões. Assim, dado que há uma demanda por títulos corporativos e o mercado de IPO está “fechado”, emitir dívida como forma de financiamento acaba se tornando um movimento natural.

Dívida corporativa é um dos melhores instruments para investir em ambiente de aperto de juros

Para algumas companhias com o faturamento atrelado à exportação, o mercado de dívida offshore é outra fonte de financiamento bastante atrativa, pois geralmente se consegue captar volumes maiores se comparado ao mercado nacional e em dólares, ou outra moeda estrangeira forte. Porém, atualmente, o custo para a empresa emitir fora do país está elevado, em razão da abertura nas Treasuries (títulos do tesouro dos EUA).

Sem contar que fundos externos estão mais cautelosos após os efeitos da guerra na Europa. Esse seria outro motivo para as empresas optarem pela emissão de dívida local.

Mesmo com um cenário favorável para o crédito privado, possíveis efeitos econômicos e setoriais sobre as empresas trazem cautela quanto à tomada de risco por parte do mercado, o que pode ser visto nos spreads e prazos médios de emissão. Em 2021, observamos ofertas com prazos maiores, acima de 5 anos, e spreads mais comprimidos.

Nesse ano, o spread médio de negociação no mercado tem subido e investidores estão mais cautelosos quanto a títulos de maior prazo. Diante disso tudo, o Banco Safra vê a dívida corporativa como um dos melhores instrumentos para se investir num ambiente caracterizado pelo aperto monetário, desde que se observe a saúde financeira da companhia.

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