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Arquitetura brasileira perde Ruy Ohtake aos 83 anos

Arquiteto deixa obras importantes como a sede do Instituto Tomie Ohtake, que leva o nome de sua mãe, e os hotéis Unique e Renaissance

ruy ohtake

Em seus mais de 60 anos de carreira, Ruy Ohtake assinou projetos marcados por linhas onduladas | Foto: Divulgação

O arquiteto Ruy Ohtake morreu aos 83 anos neste sábado, 27, após de câncer de medula, ou mielodisplasia. Ele se destacou por seus traços de concreto ondulado em obras importantes como a sede do Instituto Tomie Ohtake, que leva o nome de sua mãe, e os hotéis Unique e Renaissance, entre outras importantes obras da arquitetura brasileira.

Ruy Ohtake morreu no flat onde morava, na Rua Mauri, em São Paulo. Segundo a sua assessoria, o velório será realizado no próprio apartamento, só para as pessoas mais próximas. e o corpo será cremado no Horto da Paz, às 17h.

Irmão do também arquiteto Ricardo, Ruy nasceu em São Paulo, em 27 de janeiro de 1938, e cursou arquitetura na FAU-USP, formando-se em 1960. Teve seu trabalho reconhecido com inúmeros prêmios, como o Colar de Ouro do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB (2007).

Ruy Ohtake deixa obra marcada por linhas onduladas

Em seus mais de 60 anos de carreira, Ruy Ohtake assinou projetos marcados por linhas onduladas, que podem ser apreciados pela cidade de São Paulo, além de ter realizado obras de infraestrutura e equipamentos públicos e privados importantes para várias cidades, a exemplo do Parque Ecológico do Tietê, Expresso Tiradentes e Conjunto Residencial e Polo Educacional de Heliópolis, em São Paulo; Parque Ecológico de Indaiatuba; Aquário do Pantanal, em Campo Grande; Brasília Shopping, em Brasília; Estádio Walmir Campelo Bezzera, em Gama, DF; Embaixada Brasileira em Tóquio.

Em entrevista ao Estadão, em 2019, Ohtake afirmou sobre seu trabalho, do qual destava o Hotel Renaissance como um marco para ele: “O desafio é fazer uma boa pesquisa. Para fazer um hotel, tenho de pesquisar alguns que já existem e fazer alguma coisa que não tenha nesses hotéis. No Renaissance, por exemplo, entre a Alameda Santos e a Itu, na descida da Haddock Lobo, o térreo tem quatro pavimentos, cada um com vista e entrada para a rua.”

Na mesma ocasião, ressaltou como a cor era importante para ele. “O Brasil sempre foi um país de um colorido muito forte, em cidades como Paraty, Ouro Preto e Olinda. Achei que nós devíamos ter cor na cidade e comecei a colocar muitas cores.” Sobre seu projeto do Renaissance, o uso do vermelho, para ele, fez a diferença. “Era o único com cor, o resto era cinzento. Esse foi meu desafio, trabalhar formas mais livres e também a cor.” (Com AE)

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