Bolsa volta a níveis interessantes, mas situação reforça busca por proteção
Os investidores devem ficar atentos e com liquidez, pois em algum momento o valuation começa a falar mais alto e ótimas oportunidades podem surgir
06/05/2022Após um início de ano muito promissor, vimos o Ibovespa despencar de sua máxima anual de 122.000 pontos para abaixo dos 107.000. Apesar de ainda estarmos positivos no ano e com uma performance bem melhor do que os países desenvolvidos, a recente queda foi bastante incomoda para os investidores. Apenas para efeito comparativo, o S&P caiu 9% em abril, registrando o pior mês desde março 2020.
Muitos eventos podem explicar essa dinâmica. O conflito entre Rússia e Ucrânia e o aumento do número de casos de covid-19 na China que acarretaram um grande lockdown no país são dois pontos que certamente colaboraram, mas a inflação e aumento de juros no mundo são, certamente, os dois principais motivos.
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As bolsas americanas estendem o pessimismo e operam em queda em seus contratos futuros, assim como a Europa. Ao que parece, devemos ser influenciados pelo clima internacional nessa sexta feira.
Os movimentos recentes fizeram o mercado entrar em um ciclo preocupante, onde o aumento da volatilidade traz receio aos investidores, que vendem suas posições em ativos de risco, derrubando seu preço e trazendo ainda mais volatilidade. Devemos esperar algum evento positivo de grande porte para virar esse jogo, que até o momento, está complicado para aqueles que gostam de risco.
Analisando o gráfico da Treasury de 10 anos, vemos que a situação não parece que vai mudar no curto prazo. A bolsa brasileira, mesmo parecendo extremamente atraente sendo negociada a 6,5 lucro, pode vir mais para baixo a depender dos eventos futuros. Os investidores devem ficar atentos e com liquidez, pois como sempre destacamos, em algum momento o valuation começa a falar mais alto e ótimas oportunidades podem surgir.
Para exemplificar os efeitos do selloff recente, as ações do Bradesco começam a ser negociadas a um P/L difícil de ignorar. Claro que esse dado isolado não é suficiente para justificar uma alocação, mas deixa um alerta interessante.
Apesar do considerável desconto de PE do IBOV, que possui média em 11x e está sendo negociado a 6x, reforçamos que o momento ainda é delicado e proteções devem ser consideradas pelos investidores. Nesses momentos os derivativos tornam-se nossos aliados, dado que com eles é possível interessantes alocações e com até 100% de proteção contra a queda. Uma combinação positiva para a situação atual.