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Brasil apresenta planos para áreas ambiental e fiscal em Davos

Ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Marina Silva, do Meio Ambiente, iniciam debates em Davos, na Suíça, sobre planos do novo governo

Vista de Davos

Encontro anual em Davos, na Suíça, debate os rumos da economia mundial | Foto: Getty Images

O Fórum Econômico Mundial abriu os debates, em Davos, na Suíça, onde a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o Brasil tem a capacidade de duplicar a produção agrícola sem necessitar derrubar mais nenhuma árvore. “Esse é o desafio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro de agricultura, para a transição para uma agricultura sustentável.”

A ministra também afirmou que o País está trabalhando para ter um mercado regulado de carbono, mas que seja suplementar aos esforços para reduzir sua emissão. No painel, a ministra ressaltou ainda que é necessário que a sustentabilidade não seja só econômica ou ambiental, mas também social e política, mencionando, por exemplo, os mercados ilegais de ouro no Brasil.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também presente em Davos, comentou que a ansiedade de investidores e empresários em relação ao novo governo será controlada com a implementação de medidas que já foram anunciadas durante a campanha do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. “É uma ansiedade que será naturalmente controlada pelo fato de que as medidas que estão sendo tomadas vão na direção que o presidente Lula já anunciou na campanha”, disse Haddad.

Ele afirmou que dará três recados a empresários e investidores nos Alpes suíços: político, após os atos antidemocráticos em Brasília; retomada econômica com sustentabilidade fiscal e social e o meio ambiente. A viagem a Davos é sua primeira viagem internacional como ministro da Fazenda do governo Lula.

Segundo Haddad, em primeiro lugar, ele vai reforçar o compromisso do Brasil em dar suporte a jornadas democráticas no mundo, sobretudo, na América do Sul, e o combate a todo tipo de extremismo. Também vai aproveitar a elite financeira global para falar sobre a agenda econômica, na qual o governo Lula defende a retomada do crescimento com sustentabilidade fiscal, ambiental e justiça social. E, por fim, ao lado da ministra do meio ambiente, Marina da Silva, irá enfatizar a sustentabilidade ambiental.

“A sustentabilidade ambiental ganhou uma dimensão na qual o Brasil tem muito a oferecer não apenas em termos da retomada de compromissos históricos como combate ao desmatamento e energia renovável, mas também na pauta do desenvolvimento podemos pensar na reindustrialização do Brasil com base na sustentabilidade”, afirmou Haddad.

Em Davos, Brasil defende democracia e força das instituições

Sobre a viagem da comitiva brasileira a Davos e o seu posicionamento após os atos antidemocráticos ocorridos em Brasília, o ministro da Haddad disse que as instituições brasileiras deram uma “resposta muito imediata”. “No dia seguinte, houve uma intervenção na segurança do Distrito Federal, o afastamento judicial do governador, a visaria dos 27 governadores que se reuniram com os três poderes em um compromisso com a Constituição e a agenda democrática deu uma resposta muito rápida. Em 24 horas, a coisa estava sob controle”, lembrou, mencionando ainda o repúdio popular pela maioria da população brasileira. “Não é uma coisa trivial”, reforçou.

Com essa reposta, o Brasil deu uma sinalização de “muita maturidade institucional”, na sua visão. Em Davos, Haddad terá mais de 12 encontros em dois dias. Segundo ele, serão reuniões muito rápidas e com uma frequência enorme. Depois dos atos antidemocráticos em Brasília, o pedido de convites ao ministro se multiplicou, passando de 50 e vindo de diversos países, conforme fontes.

O ministro deve se encontrar com investidores, empresários e figuras públicas e participará ainda de um encontro promovido pelo Itaú Unibanco e outro pelo BTG Pactual, na terça, dia 17. 

Haddad tem ao menos dois compromissos em seu primeiro dia no Fórum Econômico Mundial. Participa de encontro com o chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Achim Steiner, e terá reunião com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn. (AE)

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