‘Brasil deve levar covid a sério’, alerta a OMS
Para a Organização Mundial da Saúde, situação no país é "muito, muito preocupante" e já coloca os vizinhos em risco
05/03/2021
Pessoas aglomeradas em Duque de Caxias, onde a prefeitura anunciou vacinas por ordem de chegada | Foto: AE
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, que considera como “muito, muito preocupante”.
Em coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, comentou o acentuado avanço nos números de casos e mortes pela doença nos últimos dias no Brasil.
Tedros citou que o número de óbitos por semana subiu de pouco mais de 2 mil, em novembro, para cerca de 8 mil agora. Segundo ele, no início deste ano, enquanto vários países registravam arrefecimento da epidemia, a maior economia latino-americana ia na direção contrária.
“Brasil precisa levar isso muito a sério”, advertiu Tedros Ghebreyesus. O líder da OMS exortou os brasileiros a seguirem as diretrizes públicas de distanciamento social.
Para OMS, Brasil põe vizinhos em risco
“Não acho que seremos capazes de ter a tendência de declínio no Brasil”, destacou, acrescentando que, se o País não for “sério” na resposta à crise, continuará afetando também os vizinhos na América do Sul.
Na mesma linha, o diretor de emergências da Organização, Michael Ryan, ressaltou que este não é o momento ideal para relaxar as políticas de redução da mobilidade.
Ele afirmou que o avanço da covid-19 acontece em escala nacional, “de Norte a Sul”, mas classificou especificamente a curva epidêmica em Manaus e Amazonas como “difícil”.
Parte dos novos casos é de reinfecção
De acordo com Ryan, “não há dúvidas” de que uma parte desses novos casos ocorre por reinfecção, dada a incidência de cepas mais transmissíveis. “Brasil é um país complexo e cada município está trabalhando duro”, disse.
Epidemiologista responsável pela resposta da OMS à pandemia, Maria Van Kerkhove também atribuiu o aumento de casos no País às novas mutações, sobretudo a identificada em Manaus.