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BTG pode lucrar menos com o cenário de 2022

Balanço do banco aponta crescimento de 42% do lucro no quarto trimestre, mas cenário desafiador nos próximos meses indica margens menores

Tela de gráfico de ações, alusivo à revisão de preço-alvo do BTG Pactual

Com novo modelo de avaliação de ações, o Safra fixou o preço-alvo dos papéis BPAC11, do BTG, em R$ 31 a unit | Foto: Getty Images

O BTG Pactual (BPAC11) obteve lucro líquido ajustado de R$ 1,782 bilhão no quarto trimestre, alta de 42% no comparativo com o mesmo período de 2020. O resultado superou em 10% as estimativas do Banco Safra e representou um um retorno sobre patrimônio (ROAE) ajustado de 19,4%.

No ano, o lucro ajustado foi de R$ 6,493 bilhões, alta de 60%, com ROAE de 20,3% – 3,8 pontos percentuais acima do ano anterior. O resultado final no último trimestre de 2021 foi beneficiado por menores despesas operacionais e uma alíquota mais baixa de imposto, explicada pelo maior JCP (Juros sobre Capital Próprio) no período.

Saiba mais

Segundo o Safra, o BTG Pactual ainda pode ter uma história de crescimento interessante no setor bancário brasileiro, dada a boa execução do banco e diversificação única em várias unidades de negócios. O Safra pondera, no entanto, que pode haver uma forte desaceleração no crescimento dos lucros em 2022, devido ao cenário mais difícil para a economia brasileira e mercado de capitais.

Para os papéis do BTG, o Safra mantém o rating de compra e preço-alvo de R$ 31 por unit.

Revisão de BPAC11

Em janeiro, o Banco Safra atualizou o modelo para BTG Pactual, reduzindo o preço-alvo para R$ 31 por unit – antes era R$ 37. Além de assumir taxas de desconto mais altas nos modelos usados pelo Safra – o custo de capital aumentou em 0,5 ponto porcentual-, a análise de múltiplos por cliente para o Banco Pan, controlado pelo BTG Pactual, já não é mais adotada pelo Safra que assumiu apenas a metodologia DDM.

Apesar de um cenário de taxas de juros mais altas poder reduzir a atividade do BTG em alguns produtos relacionados a ações (como receitas de ECM na divisão de banco de investimento e receitas da divisão de gestão de ativos), segundo o Safra,a instituição pode continuar com o sólido desempenho em outras linhas como Sales and Trading, Corporate Lending e Wealth Management, onde seu braço digital está crescendo.

Vale a pena investir em BPAC11?

  • Líder em corporate e investment banking na América Latina, com forte presença em Sales and Trading, Asset e Wealth Management;
  • Mercado de capitais brasileiro parece apresentar forte recuperação apoiada por um ambiente de taxas de juros muito baixas;
  • Pode aumentar a presença nos segmentos de varejo de alta renda;
  • Negócio muito diversificado, desde vendas e negociação até gerenciamento de patrimônio, o que permite ao banco explorar oportunidades de vendas cruzadas em toda a sua base de clientes;
  • Modelo de negócios mais baseado em taxas de serviço, que exigem menor alocação de capital (que crédito) e proporcionam retornos mais altos;
  • Plataforma digital de rápido crescimento pode acelerar o crescimento e agregar valor ao valuation atual do banco;
  • Expansão da presença digital via crescimento inorgânico; e
  • Remuneração agressiva baseada no modelo de parceria.

Quais os riscos ao investir em BPAC11?

  • Riscos na reputação;
  • Impacto macroeconômico nas atividades de investimento;
  • Mudanças regulatórias;
  • Concorrência dos bancos digitais; e
  • A interrupção e a ascensão das fintechs podem mudar o ambiente competitivo.

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