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Crises econômicas não me assustam, diz Carlos Pires de Oliveira

Acionista da RaiaDrogasil concede a primeira entrevista em 70 anos de vida à série especial realizada pelo Safra e pelo Estadão. Assista

Na pauta da entrevista estão a trajetória de Carlos Pires de Oliveira, da rede de farmácias e as diretrizes ESG para o mundo corporativo

Acionista de duas gigantes dos setores de varejo de farmácia e construção civil, o empresário Carlos Pires de Oliveira acredita que o Brasil, assim como o empresariado, têm tudo para superar a atual crise econômica mundial.

Em entrevista à série Cenários, realizada pelo Safra em parceria com o Estadão, ele afirmou que os momentos de turbulência “passaram a ser normais, mas em um País com instituições muito sólidas”. A experiência trazida com esses período ajuda a atravessar a atual conjuntura.

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“Nesses últimos 40 anos tivemos vários altos e baixos, varias crises politicas, econômicas e, no fim das contas, tudo acaba dando certo. O Brasil continua sendo reconhecido como um destino de investimentos muito grandes. Diria a você que essas crises nao me assustam”, afirmou Oliveira.

Adicionalmente, o executivo descarta que o País possa estar vivendo um momento de fragilidade quanto à democracia, fazendo menção às eleições que ocorrerão no fim deste ano.

“Não tenho nenhum medo de A, B, C ou D. Não temos nenhum risco de ‘venezualização’ ou de fascismo. Isso tudo está no passado”.

Camargo Corrêa

Vivendo atualmente na Inglaterra, Carlos Pires de Oliveira diz acreditar fortemente no potencial do Brasil, uma vez que mais de 90% de seu patrimônio está no País.

Grande parte do que construiu passa pelas trajetórias da construtora Camargo Corrêa e da rede de farmácias RaiaDrogasil.

No caso da primeira, o empresário não esconde que o impacto da Operação Lava Jato, que investigou diversas construtoras de grande porte por corrupção junto ao governo brasileiro, ainda é sentido. Para ele, as irregularidades devem sempre ser passíveis de punição, mas “o método utilizado destruiu as empresas”.

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"Em seu auge, a Camargo Corrêa chegou a ter 75 mil funcionários. Na época da Lava Jato, tinha cerca de 50 mil. Hoje, não tem mais de 10 mil funcionários", contou Oliveira.

Nesse sentido, ele acredita que hoje não há empresas nacionais com porte para realizar obras de infraestrutura de grande magnitude e que são essenciais para o desenvolvimento do País.

"Isso causou a liquidação de todas as empresas q tinham uma grande experiência em construção de hidrelétricas, estruturas rodoviárias, ferroviárias, de metrô e etc. Isso podemos dizer no Brasil que está zerado. O know how foi por água abaixo. E vai levar muito tempo pra ver a recuperação desse setor".

RaiaDrogasil

Em contrapartida ao setor atuante da Camargo Corrêa, a RaiaDrogasil atua em um setor que teve sua importância elevada durante a pandemia de covid-19.

Além de máscaras e medicamentos para amenizar os sintomas da doença, as farmácias passaram a vender mais polivitamínicos e outros produtos de cuidado e higiene.

Mesmo assim, Oliveira disse que a pandemia ajudou a abrir os horizontes da empresa para as oportunidades que se abrem com a criação de um ecossistema de saúde.

"Lideramos este mercado com força muito grande. Hoje, o segundo (player) colocado não tem 1.400 lojas e nós temos o dobro disso. Estamos nos adaptando muito bem à digitalização. Acho que a pandemia foi muito educativa pra nós, mostrou que não podemos ficar na linha de vender remédios. Temos que cuidar da saúde dos nossos clientes".

Todas as entrevistas da série Cenários podem ser assistidas por este link.

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