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Carteira de crédito privado para janeiro inclui Hapvida e Oncoclínicas

Com as mudanças na carteira recomendada, o Safra estima um retorno médio esperado de 107% do CDI e um prazo médio de 5,7 anos

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Carteira de crédito privado tem empresas dos setores de saúde, varejo, alimentação e papel e celulose | Foto: Getty Images

Para o mês de janeiro, o Banco Safra anunciou duas alterações na carteira de títulos de crédito privado: entraram os CRIs de Hapvida e Oncoclínicas. A debênture de CSN Mineração e o CRI de Hypera foram retiradas, devido principalmente à baixa liquidez para distribuição desses ativos.

A carteira é atualizada mensalmente, com papéis de credito privado recomendados como debêntures, CRI e CRA, selecionados com base na avaliação de crédito do emissor, risco-retorno do título e liquidez no mercado secundário. A seleção leva em conta também a análise dos setores de exposição da carteira e as curvas de juros que influenciam o mercado de crédito privado, visando obter performance no médio e longo prazo.

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A intenção é diversificar a carteira em termos de risco, prazo de vencimento e setores. Sobre os títulos excluídos da carteira recomendada para janeiro, o Safra reforça que a visão de crédito para as companhias retiradas se mantém positivas. Com as mudanças, o Safra estima um retorno médio esperado de 107% do CDI e uma duration média de 5,7 anos.

Sobre os nomes que entraram na carteira, o Safra ressalta que a Hapvida é a maior companhia do segmento de saúde, tendo como diferencial sua atuação verticalizada, administrando os planos de saúde e provendo grande parte da estrutura hospitalar de atendimento.

A Oncoclínicas, por sua vez, é a maior operadora de serviços e tratamentos oncológicos do Brasil, com uma estrutura que abrange clínicas, laboratórios e centros integrados, detendo cerca de 5% do market share brasileiro em tratamentos oncológicos, estando em um mercado ainda altamente pulverizado.

Em resumo, além dos 2 ativos que entraram, a carteira contém o CRI de Mercado Livre com vencimento em 2029, o CRA de BRF, com vencimento em 2032, e o CRA de Klabin, com vencimento em 2034. Quanto aos setores de abrangência da carteira, o Safra manteve uma carteira diversificada, exposta aos setores de saúde, varejo, alimentação e papel e celulose.

Visão Macroeconômica para a carteira de crédito privado do Safra para janeiro

Juros altos e crescimento da inadimplência dificultam o acesso ao crédito e limitam o consumo das famílias. Desse modo, o setor de varejo deverá ter um resultado abaixo do registrado no período pré-pandemia. Dados do IBGE de outubro mostram um desempenho próximo à estabilidade, com leve crescimento de 0,5% (outubro vs. setembro). Desempenho semelhante foi verificado na produção industrial, cujo avanço de 0,3% foi influenciado, principalmente, pela produção de alimentos e metalurgia.

Enquanto o varejo ampliado e a indústria da transformação se encontram abaixo do período, o setor de serviços apresenta comportamento mais resiliente e está 10,5% acima do patamar pré-pandemia, de acordo com dados do IBRE. Entretanto, variáveis como inflação, juros altos e queda na renda familiar tornam o cenário mais desafiador para a expansão do setor. Em outubro, o resultado de serviços foi de queda de 0,6% na comparação mensal.

Com relação a inflação, o IPCA-15 divulgado em dezembro registrou crescimento de 0,52%, estável em relação a novembro e acumulando alta de 5,90% em 2022. Os grupos Transportes e Alimentação tiveram maior impacto no índice, influenciados, principalmente, pelos preços das passagens aéreas e alimentos para consumo em domicílio, respectivamente. O IPCA de novembro registrou alta de 0,41% (-0,18 p.p. vs. outubro), acumulando alta de 5,90% nos últimos 12 meses.

Na parte fiscal, no final de dez/22 foi aprovado pelo Congresso o Orçamento de 2023, projetando um déficit de R$ 232 bilhões, após ampliação em R$ 145 bilhões do teto dos gastos, previstos na PEC da Transição. A repercussão da aprovação da PEC foi positiva no mercado de juros, ocorrendo fechamento dos prêmios na curva. No entanto, ainda há incertezas latentes sobre a âncora fiscal que irá substituir o teto de gastos, levando o mercado a projetar uma Selic ainda em patamares elevados.

Crescimento do mercado primário e secundário de títulos

O volume negociado no mercado secundário, considerando debêntures, CRA e CRI em dezembro atingiu R$ 44,2 bilhões, acima do registrado em novembro de R$ 38,8 bilhões. No mercado primário, as emissões de debêntures totalizaram R$ 30,4 bilhões, sendo 17% composta por papéis incentivados.

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