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CCR fica com rodovia Dutra por R$ 1,8 bilhão por mais 30 anos

Favorito na disputa e com poucos concorrentes, grupo CCR manteve a concessão da principal rodovia do País por mais 30 anos

CCR Dutra

Especialistas avaliam que não houve um esforço muito grande por parte do governo para atrair novos investidores | Foto: Getty Images

O grupo CCR manteve o favoritismo e continuou com a concessão da rodovia Dutra – considerada a joia da coroa das concessões rodoviárias. A empresa disputou com a Ecorodovias e ganhou a disputa com desconto de 15,31% no valor da tarifa básica e outorga de R$ 1,8 bilhão.

A Ecorodovias fez uma proposta de desconto de 10,6% na tarifa básica e encerrou sua participação no leilão. Com isso, a CCR continua a administrar a rodovia por mais 30 anos e vai fazer investimentos de R$ 15 bilhões.

Uma das principais obras que a empresa terá de fazer é a duplicação de 16 km na Serra das Araras, uma área sensível do ponto de vista ambiental e complexa em termos de engenharia. Só essa obra, que já tem licenciamento ambiental, custará R$ 1,2 bilhão.

A empresa também terá de construir uma nova pista de subida, com viadutos e um túnel, além de adequar a pista atual para descida. Serão quatro faixas em cada sentido.

Além da Dutra entre São Paulo e Rio, a CCR assume também 271 km entre a cidade do Rio de Janeiro e Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. A rodovia também exigirá uma série de obras de duplicação e túneis na sua extensão.

O mercado não esperava a vinda de novos investidores, mas contava com a participação daqueles que já estavam aqui, como Arteris e a gestora Pátria.

Especialistas avaliam que não houve um esforço muito grande por parte do governo para atrair novos investidores para essa disputa, como a realização de mais road shows (apresentação do projeto a investidores internacionais). Além disso, o tempo de 60 dias para se preparar para o leilão foi considerado curto.

Concessão da Dutra servirá de modelo para outros leilões de rodovias

Responsável pela movimentação de quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, a Dutra é uma das melhores concessões do País por causa do tráfego e por ligar duas das regiões mais ricas do Brasil. Além disso, corta o importante polo industrial do Vale do Paraíba.

A rodovia deve servir de modelo para outras concessões que devem vir pela frente. O governo prevê a implementação de uma série de inovações como o free flow (sistema de cobrança sem praça de pedágio), programa de fidelidade para quem mais usar a estrada e Wi-Fi em toda a sua extensão. O desafio será fazer tudo isso e reduzir em 20% a tarifa de pedágio.

Atualmente, a estrada é administrada pelo grupo CCR, que assumiu a concessão em março de 1996. Na época, a Dutra estava sucateada pela falta de investimentos, e o número de mortos em acidentes era da ordem de 500 pessoas por ano.

Nestes 25 anos, a rodovia teve muitos avanços na infraestrutura, com inúmeras obras. Mas, aos poucos, começou a enfrentar o estrangulamento das vias, sobretudo nas regiões metropolitanas. Seja em São Paulo, seja no Rio de Janeiro, a Dutra virou quase uma avenida, com intenso tráfego durante todo o dia na chegada às cidades. (AE)

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