Chernobyl pode virar Patrimônio da Unesco
Local do acidente nuclear na antiga União Soviética ficou famoso com série de TV e tem registrado recordes de turistas
27/04/2021Chernobyl, cujo acidente nuclear completou ontem 35 anos, agora, pode se tornar Patrimônio Mundial da Unesco.
Pelo menos é o que o governo da Ucrânia tem em mente para a área da usina onde, às 1h23 de 26 de abril de 1986, o reator número 4 da central, a 130 quilômetros de Kiev, explodiu durante um teste de segurança.
À época, a Ucrânia fazia parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Oficialmente, o acidente de Chernobyl matou 31 pessoas, forçou a retirada de 1 milhão de habitantes da região, provocou centenas de casos de doenças e a destruição do meio ambiente local.
Ainda assim, nos últimos anos, a área tem registrado recordes de turistas, principalmente após a estreia da série de TV Chernobyl, da HBO.
Marco para Chernobyl com projeto junto a Unesco
Para marcar o 35º aniversário do desastre, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, visitou na segunda-feira, 26, a zona de exclusão de 30 quilômetros ao redor da central nuclear.
“Acreditamos que colocar Chernobyl na lista de patrimônio da Unesco é um primeiro e importante passo para ter este lugar como um destino único de interesse para toda a humanidade”, disse o ministro da Cultura, Oleksandr Tkachenko.
Antes de enviar um pedido à ONU, os locais que buscam proteção da Unesco, como Chernobyl, devem ser incluídos em uma lista nacional de patrimônio histórico e cultural, segundo o ministro.
O acidente ocorreu quando engenheiros planejavam testar se o reator poderia ser resfriado caso a usina ficasse sem energia.
Mas um erro humano levou à sobrecarga do reator e provocou uma série de explosões. O núcleo do reator ficou exposto, lançando material radiativo na atmosfera.
Inicialmente, o governo da URSS tentou abafar a tragédia. Durante dez dias, o combustível nuclear queimou e liberou na atmosfera elementos radioativos que contaminaram, segundo estimativas, até 75% da Europa, especialmente as então repúblicas soviéticas da Ucrânia, Belarus e Rússia. (AE)