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4 motivos que explicam por que a China será líder de refino de petróleo

Consumo de plástico e impacto da pandemia no Ocidente devem ajudar os chineses a ultrapassar os EUA no setor. Entenda as razões

Planta de refino de petróleo que será liderado pela China

Quatro projetos de refino de petróleo estão em desenvolvimento na China, com capacidade de produzir mais que todas as refinarias do Reino Unido | Foto: Getty Images

Única grande economia a registrar crescimento em 2020, a China deve tirar do papel grandes projetos e tomar a liderança mundial dos Estados Unidos em refino de petróleo ainda em 2021.

Quatro motivos explicam as razões dessa projeção projeção da Agência Internacional de Energia (IEA) sobre os chineses, segundo reportagem da agência de notícias Reuters.

Mesmo com a pandemia de covid-19 em seu pico, o gigante asiático viu sua economia crescer 6,5% no último trimestre. No acumulado de 2020, o crescimento foi de 2,3%. A retomada sobre a crise sanitária é um dos pontos que ajudam a explicar por que a China deve liderar o refino de petróleo no mundo. Porém, não é o único.

O crescente consumo de plástico no mercado asiático e o apoio a refinadores independentes também impulsionam os chineses ao topo do processamento de petróleo.

Fatores para a liderança da China no refino de petróleo

  1. Efeito da pandemia no ocidente
    De acordo com a IEA, os lockdowns e o fechamento das fronteiras em diversos países do mundo, principalmente nos do Ocidente, fizeram o consumo de petróleo despencar 9,2% no ano passado, para 92,2 milhões de barris por dia. E as refinarias, principalmente dos EUA, sentiram o baque quase que de imediato. Ao final de 2020, os lockdowns europeus diminuíram em cerca de 900 mil barris o consumo por dia de combustível rodoviário. A Reuters destaca também que a pandemia de covid-19 acelerou o processo de substituição dos combustíveis fósseis por energia verde, de fontes renováveis – processo este liderado pelos EUA.

  2. Consumidores de plástico na Ásia
    O segundo apontamento para a liderança da China no refino de petróleo está no aumento crescente da demanda por produtos petroquímicos na Ásia, principalmente pelo plástico. Com populações na casa do bilhão a Índia e a própria China são os vetores desse crescimento. A consultoria Wood Mackenzie projeta que nova capacidade de refino que se instalará no continente, 70% a 80% será focada na produção de plástico. Além dos chineses, a previsão inclui plantas a serem instaladas em território indiano e no Oriente Médio.

  3. Apoio a refinadores independentes
    Outro ponto considerado chave é o ajuste regulatório feito pelo país em 2015 que permitiu a refinadores independentes importarem petróleo bruto. Assim como em outros setores, o Estado exercia forte controle sobre a indústria petrolífera. A contrapartida dos refinadores era a modernização e aumento da competitividade chinesa frente a outros países que refinam a matéria-prima. Atualmente, quatro projetos de refino de petróleo estão em desenvolvimento na China e devem ter capacidade de produzir 1,4 milhão de barris por dia, número maior do que o produzido por todos os complexos industriais do Reino Unido juntos, diz a Reuters. Em 2025, a capacidade de processamento de petróleo bruto total da China deve chegar a 1 bilhão de toneladas métricas por ano, ou 20 milhões de barris por dia, ante 17,5 milhões de barris no final de 2020, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica e Tecnológica de Petróleo da China.

  4. Mais espaço para estatais exportarem
    Por fim, a reportagem da Reuters destaca que as estatais da China de refino de petróleo encontraram mais espaço para exportar, uma vez que os refinadores independentes têm como principal demandador o próprio mercado interno do país. Além disso, os mesmos têm cotas de exportação determinadas pelo governo. Nesse sentido, as refinadoras públicas passaram a enviar seu excedente de produção em volumes cada vez maiores para países e territórios vizinhos como Austrália, Coréia do Sul, Filipinas, Cingapura e Hong Kong.

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