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Colin Powell, ex-secretário de Estado dos EUA, morre de covid

Primeiro negro a ocupar o cargo de Secretário de Estado nos Estados Unidos, general aposentado morreu vítima de complicações da covid-19

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Colin Powell chegou ao cargo máximo do Exército dos Estados Unidos e cogitou ser candidato a presidente | Foto: Divulgação

Ex-secretário de Estado americano e primeiro negro a ocupar o cargo, o general aposentado Colin Powell morreu na manhã desta segunda-feira, 18, vítima de complicações da covid-19. De acordo com um comunicado divulgado pela família através das redes sociais do general, Powell, de 84 anos, havia sido totalmente imunizado contra a covid-19.

“O general Colin L. Powell, ex-secretário de Estado dos EUA e presidente do Estado-Maior Conjunto, faleceu nesta manhã devido a complicações da covid-19. Ele foi totalmente vacinado. Queremos agradecer à equipe médica do Walter Reed National Medical Center por seu tratamento cuidadoso. Perdemos um marido, pai, avô notável e amoroso e um grande americano”, diz o comunicado.

Filho de imigrantes jamaicanos, Powell foi uma das figuras negras mais importantes nos Estados Unidos por décadas, sendo nomeado para cargos importantes por três presidentes republicanos entre o final do século XX e começo do século XXI – ajudando a moldar a política americana, especialmente de segurança e defesa, no período.

Ex-general Colin Powell alcançou o topo da carreira no Exército

O ex-general alcançou o topo do Exército em um período em que os militares americanos ainda se recuperavam após o trauma da Guerra do Vietnã. Ferido no conflito, serviu como conselheiro de segurança nacional dos EUA sob o presidente Ronald Reagan, de 1987 a 1989.

Como general de quatro estrelas do Exército, foi presidente do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas sob o presidente George Bush durante a Guerra do Golfo de 1991, na qual as forças lideradas pelos EUA expulsaram as tropas iraquianas do Kuwait.

Entre 2001 e 2005, Powell esteve a frente da política externa americana no governo de George W. Bush, durante uma das épocas mais conturbados da história recente do país, logo após o 11 de setembro.

É do período uma das maiores controvérsias da vida pública do general, quando, em 5 de fevereiro de 2003, defendeu no Conselho de Segurança da ONU que o presidente iraquiano Saddam Hussein constituía um perigo iminente para o mundo por armazenar armas químicas e biológicas. O caso defendido por Powell na ONU justificou ante a organização a invasão americana do Iraque, em março do mesmo ano.

Secretário de Estado cogitou ser candidado a presidente dos EUA

Powell admitiu mais tarde que a apresentação estava repleta de imprecisões e informações distorcidas, fornecidas por figuras do governo Bush, e representou “uma mancha” que “sempre fará parte do meu histórico”. No segundo mandato de Bush, Powell foi substituído por Condoleezza Rice.

Republicano considerado moderado e pragmático, o general chegou a cogitar uma oferta para se candidatar a presidente em 1996 – o que o tornaria o primeiro presidente negro da história dos EUA -, mas teria recusado o convite em razão de preocupações de sua esposa, Alma, a respeito de sua segurança. Em 2008, contudo, Powell rompeu com seu partido para apoiar o democrata Barack Obama, que se tornou, de fato, o primeiro negro eleito para a Casa Branca. (AE)

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