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Com valorização de 10% no ano, quilo de ouro já vale R$ 303,4 mil

Preço do metal chegou a bater em US$ 2 mil a onça, com guerra na Ucrânia, risco de inflação global e fuga de investidores para ativos reais

barras de ouro

O ouro desaqueceu o preço está em torno de US$ 1,94 mil a onça, ou US$ 61,79 mil o quilo. Convertendo para o real, em quilos, o metal vale R$ 303,4 mil | Foto: Getty Images

Além de pressionar a inflação global, a guerra na Ucrânia causa aversão a riscos no mundo dos investimentos e provoca uma corrida por ativos reais, como o ouro. O preço do metal já subiu quase 10% desde o início do ano e chegou a bater US$ 2 mil dólares a onça logo no início do conflito.

No sistema troy, utilizado na pesagem de metais preciosos, uma onça equivale a 31,10349 gramas. Um quilograma equivale a 32,15 onças-troy. Atualmente a cotação do ouro está em torno de US$ 1,94 mil a onça. Um quilo de ouro já vale US$ 61,79 mil, o equivalente a R$ 303,4 mil pelo câmbio atual de R$ 4,91.

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“A diversificação é o mais importante para o investidor”, afirma Rodrigo Barbosa, disse o CEO da mineradora canadense Aura Minerals. “Nunca houve tanta incerteza no mundo comonos dias de hoje, tanto na geopolítica quanto na política monetária mundial”.

Ele explica que a alta na cotação do ouro é influenciada por dois motivos: a geopolítica mundial e as decisões monetárias, principalmente, dos Estados Unidos, para controlar a inflação.

No campo macroeconômico, se a taxa de juros real americana superar a inflação, o ouro tende a desvalorizar. Mas, se os juros estão mais alinhados ou menores que os preços ao consumidor, o ouro tende a valorizar, diz o executivo.

Com inflação americana em alta, preço do ouro tende a se valorizar

Segundo o especialista, a questão monetária se torna mais importante para determinar o ritmo de alta do preço do ouro do que o contexto geopolítico. O motivo é que na pandemia os países tiveram de conceder fortes estímulos para garantir a atividade econômica. Os EUA, por exemplo, injetaram US$ 7 trilhões em compra de títulos.

Como os países fizeram isso com emissão de títulos públicos, a dívida cresceu. Agora, com a guerra na Ucrânia, os paísesvoltam a falar em mais gastos militares em um momento de grande endividamento, o que causa preocupação aos investidores em títulos.

“É uma combinação de variáveis que tira a flexibilidade das autoridades monetárias com medidas para conter a alta da inflação. O mercado já percebeu isso”, afirma.

Outra consequência da guerra é o congelamento de ativos dolarizados na Rússia. O investidor que tinha reservas em moeda americana no país, hoje não consegue acessar esse dinheiro, pois, a Rússia saiu do sistema global de pagamentos.

“Se antes era seguro investir em ativos em dólar, hoje existem dúvidas e isso favorece a migração para investimentos em ativos reais, como o ouro.”

Aura espera produzir 400 mil onças de ouro já em 2024

A Aura Minerals tem dois projetos de mineração de ouro no Brasil que devem entrar em operação em 2023 e 2024. A empresa também tem minas no México e Honduras, além do Brasil.

No ano passado, a companhia produziu 269 mil onças, uma alta de 32% em relação a 2020. No início de 2023, entra em operação o projeto Almas, no Tocantins, com estimativa de produção de 51 mil onças de ouro. A vida útil do projeto é estimada em 17 anos.

Já em 2024, entra em operação o projeto Matupa, também no Tocantins. A produção de ouro anual prevista para os primeiros três anos é de 60 mil onças. Nos sete anos de vida útil do empreendimento, a produção média anual deve ficar em 42,7 mil onças. Com esses duas operações, a companhia pode chegar a uma produção de 400 mil onças por ano.

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