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Confiança da indústria é a maior em dez anos

O aumento do índice em dezembro foi puxado pela melhora das perspectivas para os próximos meses

Indústria

Apesar do otimismo, ainda pairam incertezas, falta de insumos e temor de inflação / Foto: Getty Images

O Índice de Confiança da Indústria avançou de 113,1 pontos em novembro para 114,9 pontos em dezembro, informou nesta segunda-feira, 28, a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O indicador chegou ao maior nível em dez anos – desde maio de 2010, quando estava em 116,1 pontos.

“Após atingir o fundo do poço em abril, a recuperação da confiança, impulsionada pelos bens intermediários, indica que o setor deve estar em uma conjuntura favorável, com aceleração da demanda e estoques ainda em nível considerado baixo”, afirmou a economista da FGV Renata de Mello Franco, em nota.

O aumento do índice de confiança da indústria de dezembro foi puxado pela melhora das perspectivas sobre a situação atual e das expectativas para o período dos próximos meses.

Apesar dos riscos de curto prazo apresentados pela pandemia de covid-19, o ambiente econômico internacional ainda é favorável para 2021, na avaliação do time de macroeconomia do Banco Safra.

O Índice de Situação Atual subiu de 118,2 pontos para 119,9 pontos, o maior valor da série histórica.

O Índice de Expectativas avançou de 107,9 pontos para 109,6 pontos, maior nível desde maio de 2011.

Demanda em alta

Entre os componentes dos dois índices, a FGV apurou aumento do indicador de demanda para 115,9 pontos, o maior nível desde setembro de 2009.

O índice que mede o nível de estoques subiu para 129,3 pontos, um novo recorde na série. O número referente à situação atual dos negócios, na outra ponta, caiu pelo segundo mês consecutivo, para 112,6 pontos.

No índice que mede as expectativas, todos os componentes tiveram resultados positivos: o otimismo dos empresários com o ambiente de negócios nos seis meses a seguir avançou de 104,4 pontos para 106,8 pontos, maior nível desde abril de 2013; e os indicadores de produção prevista e emprego previsto cresceram 1,6 ponto e 0,8 ponto, respectivamente.

Em dezembro, 12 dos 19 segmentos industriais pesquisados denotaram aumento na confiança. Entre os setores, 17 estão em nível acima do observado em fevereiro, último mês com poucos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a atividade econômica. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada caiu 0,4 ponto porcentual, para 79,3%.

Motivos para cautela

Mesmo com os indicadores em alta, é preciso ainda ter cautela com o cenário. “Apesar das expectativas em geral indicarem otimismo, a incerteza elevada, a falta de matérias-primas, a elevação de preços e a cautela dos consumidores têm deixado os empresários cautelosos “, assinala a nota da FGV.

Com o resultado de dezembro, o índice médio de confiança da indústria do quarto trimestre foi de 113,1 pontos, 14,7 pontos acima do registrado no terceiro trimestre (98,4 pontos).

Apesar da queda do nível de utilização da capacidade instalada na margem, o indicador teve média de 79,6% no quarto trimestre, 4,3 pontos porcentuais acima do resultado dos três meses anteriores (75,3%). São índices considerados ainda abaixo do ideal para a operação do ramo industrial como um todo.

A preocupação com o repique da inflação observado nos últimos meses é outro motivo de preocupação. Sobre os preços e a condução do Banco Central em relação à taxa de juro, leia aqui análise dos economistas do Banco Safra

(Com AE)

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