Copom sinaliza cautela com mais um corte de 0,50 ponto
Comunicado do Copom indica novo corte de 0,50 pp apenas para a próxima reunião, retirando a expressão no plural dos últimos meses; destaques do dia
21/03/2024O Banco Central brasileiro realizou o sexto corte de juros, passando a taxa Selic para 10,75%, conforme o esperado. No entanto, a autoridade monetária alterou a sinalização sobre os próximos passos, indicando um novo corte de 0,50 pp apenas para a “próxima reunião”, retirando a expressão no plural usada nos últimos meses, citando a elevação da incerteza e a consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária.
A mudança na orientação futura da política monetária pode ter efeito nos juros futuros hoje, que poderiam precificar um ciclo de cortes mais lento ou curto.
Fechamento dia anterior
Ibovespa: 129.125 (+1,25%)
S&P: 5.225 (+0,89%)
Dólar Futuro: R$4,97 (-1,22%)
Análise Técnica:
O Ibovespa apresentou alta de +1,25% no último pregão, cotado a 129.124,83 pontos. O ativo está em tendência neutra no médio e no curto prazo. Na alta, a primeira resistência fica em 131.500 pontos e a segunda em 134.300. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 125.500. O próximo fica na faixa de 122.500 pontos.
O Dólar Futuro apresentou queda de -1,22% no último pregão, cotado a 4.972,00 pontos. O ativo se encontra em tendência neutra no médio e no curto prazo. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.940 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.860. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.045 e a segunda em 5.145.
Exterior:
Bolsas na Europa e futuros nos EUA operam no campo positivo, com os setores de tecnologia e de matéria prima em destaque de alta após o BC norte americano manter a taxa de juros inalterada no intervalo entre 5,25% e 5,50%, como esperado, mas seguir indicando três cortes de juros este ano, apesar da recente pressão inflacionária. A agenda do dia conta uma bateria de dados econômicos nos EUA, com destaque para PMI da manufatura e de serviços e dados do mercado imobiliário.
Commodities:
Petróleo apresenta queda (USD85,8/b; -0,19%)
Minério de ferro registra alta (USD109,1/t; +3,24%)
Empresas:
Petrobras: Cia recebeu indicações do governo e acionistas minoritários para o conselho de administração, que propõem manter Jean Paul Prates como CEO e Pietro Sampaio Mendes na presidência do conselho / Eleições serão realizadas em 25 de abril, na assembleia geral
Americanas: Cia começa a pagar cerca de 500 fornecedores, diz Folha sem revelar como obteve a informação
Agenda do Dia:
09:30 – EUA – Pedidos de auxílio desemprego
10:45 – EUA – PMI Manufatura e Serviços/Março
11:00 – EUA – Leading Index/Fevereiro
11:00 – EUA – Vendas de casas usadas/Fevereiro
Balanços: Cemig, Copasa, CPFL, Even, Qualicorp, Sabesp
Atualizações Safra:
Resultados do 4T23 da Allos – Em linha; sentimentos mistos sobre a orientação para 2024
A Allos apresentou resultados sólidos no 4T23, ficando em linha com nossas estimativas. O melhor desempenho de vendas e o mix de locatários ao longo do ano levaram a um crescimento real do aluguel e a menos descontos concedidos, o que, juntamente com um resultado financeiro líquido melhor do que o esperado, compensou as despesas gerais, administrativas e com vendas mais altas, traduzindo-se em uma expansão saudável de 8% em relação ao ano anterior do FFO. Enquanto isso, a empresa anunciou seu guidance oficial para 2024, implicando em uma projeção de EBITDA melhor do que a esperada, que, por sua vez, foi compensada por uma alavancagem financeira maior do que a esperada.
Nossa opinião. Embora seus resultados trimestrais tenham ficado em linha com nossas estimativas, destacamos o guidance para o EBITDA acima do esperado, que poderia levar a uma revisão dos lucros para cima. No entanto, o guidance de alavancagem financeira maior do que o esperado poderia inicialmente gerar uma reação negativa do mercado, que esperamos que seja melhor abordada na teleconferência da empresa.
Banco do Brasil: Analisando os rendimentos das novas originações e da carteira atual
Como observamos em nosso recente relatório “Banco do Brasil: Os 7 temas principais em nosso relatório “Non Deal Roadshow no Rio”, um dos principais pontos de discussão foi o guidance de crescimento da renda líquida com juros. Os investidores estavam preocupados com a perspectiva para o banco atingir o ponto médio do guidance, devido a alguns ventos contrários, como menores contribuições da margem do Banco Patagônia e das margens de depósito, o que está alinhado com nossa visão. Como referência, a margem do Patagônia pode encolher 50% devido à maxidesvalorização do peso argentino (ARS), o que implica um crescimento de renda líquida com juros de 14% em relação ao ano anterior no Brasil, ou ~400bps acima do crescimento da carteira.
Mantemos nossa recomendação Neutra, pois acreditamos que o poder de lucro do Banco do Brasil pode ser limitado nos próximos dois anos em comparação com 2022 e 2023, embora o valuation não seja caro, com 4,4x P/L 2024 (10% de dividend yield) e 0,95x P/VP no final do período
Locaweb: Resultados do 4T23 – Forte expansão de margem
Visão do Safra. Resultados positivos. A Locaweb reportou uma expansão de margem muito forte, com a receita acelerando t/t, embora em linha com nossa estimativa. Por outro lado, o lucro líquido foi impactado negativamente por um recálculo do valor justo dos earnouts. Apesar disso, mantemos nossa recomendação de Compra, principalmente com base no valuation e na expectativa de que a recuperação do crescimento da receita e das margens deva continuar. O foco da Locaweb em preços, vendas cruzadas e novas oportunidades de mercado pode gerar resultados mais rápidos do que o esperado. Além disso, as margens das empresas adquiridas continuam a aumentar e, à medida que as margens orgânicas se estabilizam com um ambiente macroeconômico melhor, devemos ver as métricas de lucratividade melhorando significativamente.
Vivara: Resultados do 4T23 – Lucro abaixo do esperado apesar do sólido crescimento das vendas
A Vivara reportou um trimestre misto, com o lucro líquido ficando abaixo dos nossos números e do consenso. Conforme divulgado anteriormente, o destaque positivo do trimestre foi o crescimento da receita, com vendas totais de R$1 bilhão, +24% em relação ao ano anterior. O segmento Life continua a apresentar fortes resultados, crescendo +32% em relação ao ano anterior e representando 40% das vendas totais (vs. 38% no 4T22). O EBITDA foi de R$236 milhões (+12% em comparação ao 4T22 / -7% em relação ao Safra), com margem de 30,3%, -237 pontos-base em relação ao 4T22, principalmente devido a menores créditos tributários sobre vendas e maiores despesas de vendas relacionadas à expansão da área de atuação. O lucro líquido de R$144 milhões (-8% ano a ano) foi -25% abaixo da nossa estimativa e -17% abaixo do consenso, devido à menor margem operacional e maior imposto de renda.
Nossa opinião. Vemos os resultados como negativos devido ao lucro abaixo do esperado, o que, em nossa opinião, aumenta a pressão sobre as ações, além do impacto negativo das mudanças de gestão recentemente anunciadas. Portanto, continuamos cautelosos em relação ao nome, mantendo nossa recomendação Neutra.