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Dia das mães também é dia da mulher empreendedora

Dificuldade de retornar ao mercado de trabalho e desigualdade de oportunidades levam 70% as mães a se tornarem empresárias

mãe com filho pequeno em loja

Pesquisa aponta que as empresárias brasileiras são, em média, mães, casadas, têm curso superior e estão perto dos 40 anos | Foto: Getty Images

Em quase 70% das vezes que uma mulher se torna mãe no Brasil, ela é levada ao empreendedorismo.

É o que mostra o estudo “Empreendedoras e seus Negócios”, realizado pela Rede Mulher Empreendedora (RME).

E durante a pandemia, o cenário no mercado de trabalho mudou para todos, mas as mulheres foram as mais atingidas. 

De acordo com dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a participação de mulheres no mercado de trabalho atingiu, no terceiro semestre do ano passado, o nível mais baixo desde 1990. 

O contingente de homens empregados é de cerca de 11 milhões a mais que o de mulheres: 48,7 milhões contra 37,5 milhões. 

Além de estarem em minoria no mercado de trabalho, as mulheres também foram menos remuneradas.

De acordo com dados do IBGE, os homens brasileiros receberam, em média, R$ 2.654 por mês em 2020. Já as mulheres receberam R$2.062, ou seja, 22,3% a menos. 

Oportunidade de melhorar de vida 

Diante desse cenário, muitas mulheres passaram a cogitar a possibilidade de abrir seu próprio negócio como uma alternativa de renda.

Entre o início da pandemia, no começo de 2020, e março deste ano, por exemplo, houve aumento de 40% no empreendedorismo feminino. 

Desse modo, as mulheres passaram a corresponder a 47,6% dos CNPJs (Cadastro Nacional e Pessoa Jurídica do país e 48% das MEIs (Microempreendedores Individuais).

Ainda em 2020, uma marca expressiva foi atingida: 54% das mulheres entre 22 e 35 anos se tornaram empreendedoras. 

Perfil das mulheres empreendedoras 

De acordo com levantamento da Rede Mulher Empreendedora, em média, as brasileiras que trilham o caminho do empreendedorismo são mães, casadas, têm curso superior e estão perto dos 40 anos. 

Além disso, há uma relação muito forte entre a maternidade e o empreendedorismo feminino: a média de mulheres que decidem empreender após se tornarem mães é de 70% na população geral e, na classe C, esse número chega aos 80%. 

Entre as razões citadas por essas mães, a dificuldade em reingressar no mercado de trabalho após a licença maternidade e a possibilidade de ter horários mais flexíveis foram algumas das mais mencionadas. 

Porém, a maior disponibilidade quanto à agenda não quer dizer que elas trabalhem pouco: 50% trabalha de 7 a 10 horas por dia. 

Dedicação extra para enfrentar desafios 

Além de todas as dificuldades que os empreendedores homens enfrentam, as mulheres também precisam conciliar seus negócios com o trabalho em casa.

Durante a pandemia, 57% disseram ter acumulado a maior parte dos cuidados domésticos, enquanto que para os homens esse percentual foi de 21%. 

Segundo a organização Mulheres na Pandemia, 72% das mulheres responsáveis pelo cuidado de crianças, idosos ou pessoas com deficiência relataram aumento na necessidade de monitoramento dessas pessoas. 

Porém, mesmo assim, as mulheres empreendedoras revelaram mais interesse em continuar empreendendo que os homens: 88% contra 76%, respectivamente.

Entretanto, de acordo com a Rede Mulher Empreendedora, 86% das empreendedoras não estudam antes de abrir uma empresa e 65% misturam a conta da empresa com a pessoal.

Os dados revelam a necessidade de um maior investimento em formação para que essas empreendedoras estejam mais preparadas na hora de abrir o próprio CNPJ.

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