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Presidente da Petrobras defende distribuição equilibrada de dividendos e mais investimentos

Jean Paul Prates afirma em conferência para investidores que empresa deve garantir dividendos robustos, sem prejudicar investimentos

Plataforma da Petrobras

Presidente da afirma que estatal não vai mais vender ativos e deve aumentar investimentos | Foto: Getty Images

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse em teleconferência com analistas de mercado que uma distribuição de dividendos equilibrada não deve prejudicar investimentos e deve, ao mesmo tempo, remunerar acionistas. Ele afirmou, ainda, que pretende sim trabalhar com “robustez de dividendos” e repetir os lucros auferidos nos últimos trimestres. Prates falou a investidores durante apresentação dos resultados do quarto trimestre de 2022.

“Distribuição de dividendos equilibrada é aquela que conselho (de administração) e diretoria decidem em conjunto, sem comprometer bons projetos e remunerando os acionistas”, disse o presidente da Petrobras.

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“Nós todos aqui estamos diante de uma situação de ‘trade off’. As empresas propõem uma relação de ‘trade off’ com os acionistas. Você deixa o dinheiro comigo (empresa) e eu vou te apresentar projetos legais, sustentáveis, de uma empresa sólida. E o investidor decide se quer estar conosco ou se quer ficar com o dividendo de curto prazo. As circunstâncias mudam, a conjuntura muda, os projetos mudam”, continuou Prates.

Na prática, a fala funciona como uma indicação de que a distribuição de dividendos deve continuar no futuro, mas em patamares bem mais baixos a fim de preservar caixa para fazer frente aos investimentos pretendidos, como a busca por novas reservas de petróleo e a entrada em outras fontes de energia, como eólica offshore e hidrogênio, citadas por Prates na fala inicial da apresentação.

Presidente da Petrobras condena venda de ativos

O presidente da Petrobras disse ainda, na teleconferência com analistas, que, durante a sua gestão, quer mostrar aos acionistas da estatal que é bom ser sócio do governo, e que pretende deixar como legado uma empresa que tenha fôlego para mais 70 anos “produzindo valor para o Brasil”.

A afirmação foi feita em resposta ao ser perguntado sobre como queria deixar a empresa ao final do mandato. Ele destacou que será um desafio maior para a Petrobras, já que não haverá venda de ativos a mando do governo, como na gestão anterior, que tirou a Petrobras de várias regiões do País. “Não vamos vender refinarias ou de regiões inteiras do País porque o governo quer, serão decisões de empresa. Onde houver oportunidade no território brasileiro e até no exterior, vamos decidir. E quem vai decidir isso não é um ditador, é o Conselho de Administração, uma diretoria eficiente e com diálogo com investidores”, finalizou Prates.

Política de preços

Participando pela primeira vez de uma teleconferência com analistas desde que assumiu o cargo, em 26 de janeiro, Prates deixou claro que uma eventual política de preços deve partir do governo e não da estatal, mas que a gestão da Petrobras tem a responsabilidade de dizer ao controlador, no caso, a União, que existem alternativas melhores do que ser agente de política setorial.

“O preço de paridade de importação é o preço do nosso concorrente, não é o nosso, e tivemos momentos de fatores de utilização das nossas refinarias muito baixos nos últimos anos, por interferência do governo (anterior) para abrir espaço para os nossos concorrentes, e isso vai mudar, a política de preços é uma questão de governo”, explicou Prates.

“A Petrobras tem a política comercial dela, vamos buscar os melhores clientes, nas melhores condições e dar a esse cliente as melhores condições para não perder oportunidade de venda”, completou. (AE)

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