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Em 100 dias de guerra na Ucrânia, petróleo sobe mais de 20%

No período, o preço do produto passou de US$ 99,08 para perto dos US$ 120; com um mês de conflito, o Brent bateu os US$ 121

Silhueta de máquina de extração de petróleo com pôr do sol ao fundo, alusivo à Saudi Aramco

A Rússia é um dos grandes produtores mundiais e com a guerra vieram as sansões à sua produção | Foto: Getty Images

Após 100 dias da invasão russa na Ucrânia, o sentimento é de que o conflito ainda está longe de ser resolvido. Além do impacto humanitário, com grande número de refugiados e mortos, a economia mundial sofre com o risco de recessão e a escalada da inflação. E um dos fatores para a alta dos preços é justamente o petróleo.

A Rússia é um dos grandes produtores mundiais e com a guerra vieram as sansões à sua produção e isso diminuiu a oferta de petróleo no mundo e fez o preço disparar.

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A Rússia exporta 5 milhões de barris diários, sendo de 3% a 5% deste volume para os Estados Unidos. O maior destino do petróleo russo, no entanto, é a Europa que, nesta semana, anunciou mais um embargo ao produto.

O presidente do Conselho da União Europeia (UE), Charles Michel, disse, no dia 30 de maio, que o acordo permite um embargo a “mais de dois terços das importações de petróleo da Rússia, cortando assim um grande recurso com o qual Moscou financia a sua máquina de guerra.”

Para Marcelo de Assis, da Wood Mackenzie, o preço do barril de petróleo tipo Brent deve permanecer no patamar entre US$ 110 e US$ 120 até março do próximo ano.

Nestes 100 dias, a cotação do óleo passou de US$ 99,08 para perto dos US$ 120, uma alta de cerca de 20%. Com um mês de conflito, no dia 23 de março, o Brent bateu os US$ 121,60.

No entanto, segundo Assis, este embargo da União Europeia já estava precificado pelo mercado e não deve haver uma explosão da cotação do barril no curto prazo.

“Esta situação já estava sendo discutida e o fim do lockdown na China, que deprimiu um pouco os preços, também era esperado pelo mercado”, disse Assis. “Explodir de uma hora para outra o preço do barril, somente se ocorrer uma crise entre os principais produtores e afetar a oferta.”

Segundo ele, as medidas dos bancos centrais para conter a alta da inflação devem afetar o crescimento econômico e, com isso, a demanda por petróleo. “Talvez isso faça cair um pouco a pressão nos preços”, disse Assis. “Mas a alta dos juros é um remédio que demora uns meses para fazer efeito.”

Para tentar frear a alta dos preços do petróleo e compensar o volume do produto russo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu, no último dia 2, aumentar o ritmo de sua produção.

Nas últimas reuniões, foi acertado um aumento mensal de cerca de 400 mil barris de petróleo por dia entre os 13 membros do grupo e outros países associados, a chamada Opep+. Para julho e agosto deste ano, contudo, o plano é ter um aumento mensal de 648 mil barris de petróleo por dia. 

A cotação do Brent fechou em alta de 1,79% nesta sessão, sendo cotado a US$ 119,72. Na semana, o óleo avançou 3,6%.

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