Entenda o impacto para a Energias do Brasil (EDP) após a compra da Celg
Adquirida via leilão, companhia de transmissão é considerada uma compra cara, mas deve ter impacto limitado sobre os papéis ENBR3
20/10/2021Após o arremate em leilão da Celg Transmissão pela Energias do Brasil (EDP Brasil), o Banco Safra publicou relatório em que reforça sua recomendação de compra para as ações ENBR3.
Mesmo considerando a aquisição da Celg cara, a instituição enxerga um impacto limitado no valor dos papéis.
Sendo assim, o banco fixou o preço-alvo (potencial) das ações ENBR3 em R$ 21,50.
Visão para a compra da Celg
A Energias do Brasil venceu o leilão por R$ 1,977 bilhão, o que representa um prêmio de 23% acima do segundo maior lance. A licitação contou com a participação de Cymi, Mez e Isa Cteep.
A Celg opera 756 km de linhas de transmissão, sobretudo em Goiás, tem 14 subestações e uma receita anual (RAP) de R$ 223 milhões.
Em seu relatório, o Safra destaca que a administração da EDP Brasil comunicou que a Celg é um ativo com alto potencial de Capex (investimentos em bens de capitais) de reforço.
Nesse sentido, R$ 260 milhões de Capex já foram aprovados para o ciclo 2021-2022.
Além disso, a companhia diz que a Celg ele deve operar com margem Ebitda de longo prazo de 90%.
No entanto, o Safra avalia a aquisição como cara, uma vez que enxerga uma taxa interna de retorno (TIR) real alavancada implícita de 6%, além de um valor patrimonial negativo de R$ 197 milhões (-R$ 0,33 por ação, ou -1,7% dos preços atuais das ações).
Por outro lado, o banco aponta que a EDP Brasil tem como foco principal projetos de geração renovável (principalmente solar), enquanto a conclusão das linhas de transmissão deve ocorrer no curto prazo.
Enfim, a íntegra do relatório para as ações ENBR3 pode ser conferida por este link.
Sobre Energias do Brasil (ENBR3)
A Energias do Brasil (ENBR3), controlada pela EDP, de Portugal, uma das principais operadoras europeias no setor energético, é uma holding que detém investimentos nos segmentos de geração, distribuição, comercialização, transmissão e serviços de energia elétrica.
No segmento de geração, controla as operações de empreendimentos de fonte convencional (usinas hidroelétricas e uma usina termelétrica) em seis Estados do País e detém 2,9 GW (gigawatts) de capacidade instalada.
No segmento de distribuição, atua com duas distribuidoras nos Estados de São Paulo e Espírito Santo.
Já na área de comercialização, negocia contratos de compra e venda de energia com clientes distribuídos em todo território nacional.
Em transmissão, a companhia iniciou sua atuação em 2016 e tem cinco projetos, totalizando 1.297 km de extensão.
Por fim, no segmento de serviços, através da EDP Grid, presta serviços técnicos e comerciais, incluindo sistemas de transmissão, distribuição e manutenção para clientes corporativos entre outros.