Entenda os impactos do aumento de juros nos Estados Unidos
Maior economia do planeta e seus ciclos econômicos impactam diretamente no câmbio e podem gerar pressões inflacionárias
19/03/2022O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), anunciou nesta semana um aumento da taxa básica de juros do país, ficando no patamar entre 0,25% e 0,50% ao ano.
A postura adotada pela autoridade monetária é explicada pela inflação estadunidense, que atingiu níveis que não eram vistos há décadas.
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Soma-se a isso a melhora no mercado de trabalho, que permite a retirada das políticas expansionistas implementadas na pandemia.
Conforme relatório divulgado pelo Banco Safra, esse cenário traz desafios para os mercados globais, por conta da segurança que a economia americana oferece.
Com uma maior taxa de juros, os Treasuries, títulos de renda fixa americanos, ficam mais atrativos, reforçando o fluxo de investimentos para os Estados Unidos. Com isso, a tendência é ocorrer um fortalecimento do dólar.
Nesse sentido, o Safra destaca que um dos pontos de atenção para as economias emergentes é a depreciação do câmbio, que pode gerar pontos de pressão inflacionárias.
Para arrefecer esse impacto, um desdobramento comum é que os demais países ajustem as suas taxas com base no diferencial de juros em relação aos EUA, sustentando a demanda por seus próprios títulos.
Porém, o Safra pondera que o diferencial de juros não é o único fator de risco analisado nessa dinâmica. No Brasil, por exemplo, o principal objetivo da política monetária é o controle da inflação.
De qualquer forma, o aumento de juros pelo Fed tende a pressionar os ativos de risco, que enfrentam uma concorrência mais importante da maior rentabilidade dos investimentos de renda fixa por lá.
Por fim, o Safra ressalta que, com os juros mais altos, o crédito fica mais caro, afetando a capacidade de investimentos das companhias e de consumo das famílias.