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Os rumos após o fracasso da Superliga Europeia

Consultoria KPMG divulga relatório com sugestões de melhorias para tornar o futebol europeu mais sustentável. Veja os pontos

Liga que seria fundada por 12 dos maiores clubes de futebol da Europa e do mundo foi duramente criticada

As últimas semanas foram intensas e tensas para o futebol europeu com o anúncio e fracasso quase que instantâneo da Superliga Europeia.

A liga que seria fundada por 12 dos maiores clubes de futebol da Europa e do mundo foi duramente criticada pelas federações nacionais europeias e pela Uefa, que comanda a modalidade no Velho Continente.

A ideia também não teve aderência ao público e foi rechaçada pelos próprios torcedores dos clubes fundadores da Superliga Europeia.

Após a turbulência, a consultoria KPMG divulgou um relatório que elenca pontos-chave para que entidades e federações trabalhem para tornar o futebol europeu mais sustentável e evitar movimentos rebeldes.

O que foi a Superliga Europeia

O projeto do polêmico torneio foi arquitetado para reunir os times mais ricos de futebol da Europa em uma competição masculina.

Os clubes fundadores eram da Inglaterra (Tottenham, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Arsenal), Espanha (Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid) e Itália (Inter de Milão, Juventus e Milan).

Superliga da Europa
Logo da Superliga Europeia com os escudos dos clubes fundadores | Foto: Divulgação

Além dos times fundadores, a Superliga Europeia contaria ainda com outros clubes convidados.

A competição já tinha inclusive o apoio financeiro do banco JP Morgan Chase, que havia concedido uma linha de crédito de 4 bilhões de euros (R$ 26,5 bilhões).

Considerado pelo mundo do esporte como um projeto arrogante e que excluía os clubes menores, o torneio levantou questões sobre como as decisões sobre o futebol são tomadas na Europa. O relatório da KPMG vai de encontro a esse tema.

Propostas de reforma da KPMG para o futebol europeu

  • Sistema de regulamentação do Fair Play Financeiro
    O Fair Play Financeiro da Uefa limita os gastos dos clubes com contratações na tentativa de manter um nível de competitividade saudável. Muitos dos times europeus têm como donos bilionários e grupos gigantes de investimento, deixando os menores com menos chances de desempenhar bem nas competições. Nesse sentido, a KPMG sugere a criação de um teto salarial flexível para as equipes, além de uma reforma no sistema de transferências de atletas.

  • Calendário de jogos
    A principal sugestão neste tópico e para as federações trabalharem em calendário de partidas que não sacrifique o físico dos atletas e promova maior quantidade de jogos relevantes para o público. A consultoria ainda sugere a possibilidade de redução no número de equipes participantes nas principais ligas nacionais.

  • Governança
    A pauta sustentável de caráter ESG (ambiental, social e governança, do inglês) se apresenta nas sugestões com foco na governança da Uefa, com uma maior democratização das decisões. O relatório lembra que os clubes europeus têm pouco poder de decisão sobre distribuição de receitas com competições continentais, como a UEFA Champions League.

  • Mercados menores – regionalização
    Como último caminho apontado pela KPMG está o apoio aos clubes de menor alcance, popularidade e poder financeiro. A consultoria pontua que nos últimos 20 anos apenas três clubes de fora das cinco maiores ligas europeias (Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e França) chegaram às semifinais da UEFA Champions League. E somente uma delas venceu a competição – Porto, de Portugal, em 2004. A KPMG propõe que ligas de menor expressão sejam unificadas, como a recém-criada BeneLiga, que unirá clubes da Holanda e da Bélgica em um só campeonato.

O relatório com todos os detalhes das propostas da KPMG após o fracasso da Superliga Europeia está disponível por este link.

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