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Cotação do petróleo e do gás natural sobe com guerra no Oriente Médio

Israel declara guerra após ataque do Hamas e mercado global teme ampliação do conflito com impacto no preço do petróleo

Petroleiro ao lado de plataforma de petróleo

Preço do petróleo vinha recuando após se a

Especialistas temem a escalada do preço internacional do petróleo após o Gabinete de Segurança de Israel declarar oficialmente que o país está guerra, após um ataque mortal do Hamas no sul do país. A decisão, anunciada neste domingo, 8, autoriza formalmente “a tomada de medidas militares significativas”, disse o gabinete em um comunicado. “A guerra que foi imposta ao Estado de Israel em um ataque terrorista assassino da Faixa de Gaza começou às 6h de ontem”, anunciou a autoridade. As cotações do petróleo saltaram mais de 4%. Já o preço do gás natural negociado na Europa chegou a disparar 6,7%, a 40,76 euros por megawatt-hora, segundo a Dow Jones. Incertezas ligadas ao Oriente Médio também pressionam os índices futuros das bolsas de Nova York nos negócios da manhã. O mercado de Treasuries, por sua vez, está fechado hoje devido ao feriado do Dia de Colombo nos EUA.

Na semana passada, os rendimentos dos Treasuries renovaram máximas em 16 anos em meio à avaliação de que os juros americanos ficarão em níveis elevados por mais tempo, visão que foi reforçada por dados robustos do mercado de trabalho do país. Uma questão importante agora é se Israel lançará um ataque terrestre em Gaza, uma ação que, no passado, causou um grande número de baixas. Netanyahu prometeu que o Hamas “pagará um preço sem precedentes”. Mas, ele advertiu: “Essa guerra levará tempo. Será difícil”. O agravamento do conflito pode prejudicar o fornecimento e elevar os preços do petróleo, com impacto na inflação global.

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O número de mortos no conflito não para de aumentar. Os meios de comunicação israelenses, citando funcionários dos serviços de defesa, afirmaram que pelo menos 600 pessoas foram mortas, incluindo 44 soldados, enquanto em Gaza as autoridades disseram que 313 pessoas tinham morrido. Um oficial militar israelense afirmou que mais de quatrocentos militantes do Hamas tinham sido mortos e dezenas capturados.

O conflito ganhou repercussão mundial e empurrou o presidente Joe Biden para uma crise no Oriente Médio que corre o risco de se expandir para um conflito mais amplo. A possibilidade de prolongamento e de expansão da violência pode testar a liderança de Biden tanto no cenário mundial quanto em seu próprio país, à medida que ele tenta navegar entre a demonstração de um apoio inabalável a Israel e a promoção de uma paz mais ampla na região.

Mercado teme expansão da guerra e impacto no preço do petróleo

Conforme cresce a tensão no Oriente Médio, traders de petróleo se preparam para a abertura do mercado na segunda-feira atentos ao risco de expansão do conflito para outros países da região. As atenções se voltam especialmente para o Irã, que apoia o grupo Hamas.

A guerra pode atrapalhar as negociações de normalização da oferta da de petróleo no mercado global. Por enquanto, os negociadores de petróleo não esperam grande aumento nos preços, pois não há uma ameaça imediata ao fornecimento, segundo informou a agência de notícias Bloomberg.

Na semana passada, o mercado apresentou sinais de que a corrida em direção à cotação de US$ 100 por barril do tipo Brent tinha ido longe demais, e o preço caiu 11% para um pouco menos de US$ 85 na bolsa
ICE Futures Europe.

Um ataque de retaliação contra a República Islâmica inflamaria os temores em relação ao Estreito de Ormuz, a via vital de transporte que Teerã já ameaçou fechar anteriormente. O estreito é uma importante rota de escoamento de petróleo oriundo dos países árabes produtores da região, por donde transita entre um terço e 40% do tráfego marítimo petroleiro mundial.

Estreito de Ormuz é rota de 17 milhões de barris por dia

O Irã ameaçou fechar o estreito de Ormuz quando as sanções foram impostas ao país em 2011, mas acabou recuando. Pelo canal passam os petroleiros que transportam boa parte do petróleo dos países produtores da região.

Também existe o risco de os Estados Unidos reprimirem novamente o fluxo das exportações de petróleo iranianas. O cenário de perturbação do petróleo, de acordo com Bob McNally, presidente do Rapidan Energy Group e ex-funcionário da Casa Branca, seria se o conflito se espalhasse para o Irã, cita a Bloomberg. Por enquanto, isso parece improvável, disse ele.

“É improvável que haja impacto no fornecimento de petróleo a curto prazo”, disse o trader de hedge funds Pierre Andurand, fundador da Andurand Capital Management. “Mas poderia eventualmente haver impacto no fornecimento e nos preços.”

O ataque ocorre quase exatamente 50 anos após o embargo de petróleo árabe, quando a Arábia Saudita e outros produtores da Opep interromperam os fluxos para o ocidente após a Guerra do Yom Kippur de 1973.

O ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos, membro da Opep, disse neste domingo que o conflito não afetará as decisões do grupo. “Não nos envolvemos na política; governamos pela oferta e demanda, e não
consideramos o que cada país fez”, disse o ministro de Energia, Suhail Al Mazrouei, a repórteres em Riad, informou a Bloomberg. Por sua vez, o Irã, também membro da Opep, expressou apoio ao ataque palestino.

Se Israel responder atacando qualquer infraestrutura iraniana, “os preços do petróleo subiriam imediatamente devido ao risco percebido de uma interrupção”, disse McNally. (Com agências)

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