close

Hapvida e Notre Dame formam gigante de R$ 110 bi

As operadoras de saúde anunciaram acordo de fusão com troca de ações para atuar de forma complementar em todo o território nacional

Planos de saúde

A companhia resultante da fusão passa a contar com uma rede de 84 hospitais, 280 clínicas e 257 unidades de diagnóstico | Foto: Getty Images

As operadoras de saúde Hapvida e Grupo Notre Dame Intermédica anunciaram acordo de fusão que cria um negócio de mais de R$ 100 bilhões.

As duas fizeram uma série de aquisições recentes e vinham experimentando crescimento orgânico expressivo, com acréscimo somado de 2,3 milhões de beneficiários de planos nos últimos quatro anos.

A Hapvida nasceu no Nordeste a partir de uma clínica do médico Cândido Pinheiro que evoluiu para um hospital com planos de saúde. Tem presença ampla pelos Estados da região, avançou para o Norte e vinha entrando nos mercados do Sudeste e Centro-Oeste.

O Grupo Notre Dame Intermédica, fundado em 1968 pelo médico Paulo Barbanti e com participação da gestora Bain Capital, tem operações em cinco Estados do Sul e Sudeste.

Nova empresa tem valor de R$ 110 bilhões

A companhia resultante da fusão passa a contar com uma rede de 84 hospitais, 280 clínicas e 257 unidades de diagnóstico por imagem. Serão 13,6 milhões de beneficiários e receita de aproximadamente R$ 18 bilhões. O valor de mercado combinado das duas, considerando os números de sexta-feira, 26, é de cerca de R$ 110 bilhões.

“Esse é um sonho antigo da nossa família”, afirmou o presidente da Hapvida e filho do fundador, Jorge Pinheiro, em vídeo distribuído aos funcionários. “O racional mais importante e significativo dessa operação é a nossa vontade de cada vez mais ampliar e cuidar do brasileiro, levando saúde de qualidade e de maneira acessível.”

O acordo anunciado no sábado prevê a incorporação das ações da Notre Dame pela Hapvida. Cada acionista da Notre Dame receberá 5,2490 ações ordinárias da Hapvida por papel da empresa, além do valor de R$ 6,45 também por ação.

A transação pressupõe um prêmio de 15% sobre as cotações da Notre Dame no período de negociação e o custo estimado para a transação é de R$ 116 milhões, segundo informou a companhia. O negócio será deliberado pelo conselho das duas companhias em assembleias convocadas para 29 de março.

Troca de ações consolida fusão

Na nova empresa, os acionistas da Hapvida passarão a deter 53,6% do capital social enquanto os da Intermédica terão 46,4%. Quando as negociações foram confirmadas ao mercado, em janeiro, a expectativa era de que a proporção ficasse em 53,1% e 46,9%, respectivamente, e o prêmio oferecido pelas ações da GNDI, em 10%.

Irlau Machado Filho, diretor presidente da Notre Dame, e Jorge Pinheiro, diretor presidente da Hapvida, atuarão como co-CEOs na nova empresa combinada.

O Conselho de Administração será ampliado para, no mínimo, nove membros, sendo dois indicados pelo atual conselho da Notre Dame, cinco pela Hapvida (incluindo o presidente do colegiado) e dois independentes.

Divisão geográfica deve facilitar aprovação

Os dois grupos acreditam que as diferenças de atuação geográfica devem evitar barreiras para aprovação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A estimativa é que a nova empresa detenha participação de mercado entre 15% e 17,7%.

Entre os potenciais ganhos da fusão estão a redução de custos hospitalares e administrativos, menor competição por empresas a serem adquiridas e uma força comercial mais robusta para expansão nacional.

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra