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Ibovespa fecha em baixa de 0,57%, com ruídos sobre a Petrobras

Ação da Petrobras desabou com boatos - desmentidos - sobre ingerência política nos preços dos combustíveis; dólar fecha cotado a R$ 4,78

Bolsa

No fechamento, o Ibovespa cedeu 0,57%, aos 121.248,39 pontos, entre mínima de 120.153,62 e máxima de 121.944,64 pontos | Foto: Getty Images

Em dia de cautela também no exterior, com dados mais fracos sobre a economia nos Estados Unidos, na China e na zona do euro, o Ibovespa chegou a se aproximar do limite inferior dos 120 mil pontos, nas mínimas do dia, em meio a ruídos sobre a política de preços da Petrobras após reunião do presidente Lula com o da estatal, Jean Paul Prates.

Com desmentido de Prates sobre tentativa de ingerência na política de preços da empresa, tanto as ações da Petrobras como o Ibovespa mostravam perdas mais acomodadas – em sessão na qual tiveram forte correlação. No fechamento, o Ibovespa cedeu 0,57%, aos 121.248,39 pontos, entre mínima de 120.153,62 e máxima de 121.944,64 pontos, correspondente ao nível de abertura.

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O giro financeiro na primeira sessão de agosto ficou em R$ 23,2 bilhões, um pouco acima da média recente. Na semana, o Ibovespa avança 0,88%, com ganho a 10,49% no ano.

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Após a ON de Petrobras ter cedido mais de 4% no pior momento do dia, a ação fechou a sessão em baixa de 2,10%, com a PN em recuo de 1,64%. O dia também foi negativo para Vale (ON -1,39%) e para o setor metálico à exceção de Gerdau Metalúrgica (PN estável no fechamento), assim como para outro segmento de peso no índice, o bancário, com a ressalva de Itaú (PN +0,31%) e Santander (Unit +0,25%).

Na ponta negativa do Ibovespa, Sabesp (-4,13%), no dia seguinte a anúncios do governo de São Paulo sobre a privatização da empresa, à frente das perdas de Arezzo (-3,28%), Fleury (-1,86%) e Via (-1,85%) na sessão, além de Banco do Brasil (-1,72%), Pão de Açúcar (-1,64%) e dos dois papéis de Petrobras. No lado oposto, Iguatemi (+2,47%), Magazine Luiza (+2,39%) e Petz (+2,14%).

“O Ibovespa caiu hoje muito em razão de Vale e Petrobras. Em Vale, por conta de preço do minério e algumas questões relacionadas à China grande consumidora de commodities. Em Petrobras, apesar de a mudança na política de dividendos ter sido bem recebida, preocupa a defasagem no preço do combustível vendido pela empresa, que tem crescido e aumenta a pressão por reajuste”, diz Bruno Burth, operador da mesa de renda variável da Legend Investimentos.

Ainda no começo da tarde, após a reunião com Lula, o presidente da Petrobras disse ao Broadcast não procederem os rumores de que iria aumentar, entre hoje e amanhã, os preços dos combustíveis, e que teria voltado atrás a pedido do presidente da República, com quem esteve reunido pela manhã, ao lado de todos os diretores da empresa e outras autoridades, reporta do Rio a jornalista Denise Luna.

“De resto, o mercado se mostra mais neutro, em compasso de espera para a decisão do Copom, amanhã, com cenário-base para corte de 25 pontos-base, o que não deve fazer muito preço se vier a se confirmar. Recentemente, o mercado tem se mostrado aberto à possibilidade de meio ponto, de queda. Se vier meio, pode ser positivo para o apetite por risco, e 0,75 ponto porcentual ainda mais”, acrescenta Burth, da Legend. Por outro lado, se o Copom contrariar a expectativa de consenso e mantiver amanhã a Selic, a reação tende a ser negativa, observa o operador.

No exterior, prevaleceu a cautela quanto aos mais recentes dados econômicos americanos, os principais índices de lá fecharam entre leve ganho de 0,20% (Dow Jones) e perdas de 0,27% (S&P 500) e 0,43% (Nasdaq).

As sessões asiática e europeia, por sua vez, foram afetadas pelas leituras sobre os índices de atividade industrial da China e da zona do euro, respectivamente. Na China, em contração – ou seja, abaixo do limiar de 50 -, o PMI da Caixin tocou o menor nível em seis meses, enquanto, na zona do euro, o índice de atividade industrial em julho foi o menor em 38 meses, aponta a Guide.

Dólar tem dia de alta e fecha cotado a R$ 4,78

O dólar à vista iniciou agosto em alta firme no mercado doméstico de câmbio, acompanhando a onda de valorização da moeda americana no exterior e o avanço das taxas dos Treasuries. Dados fracos de atividade industrial na Europa e, em especial, na China lançaram dúvidas sobre a trajetória de preços de commodities e detonaram um movimento de realização de lucros com divisas emergentes.

Em alta desde a abertura dos negócios, o dólar acelerou os ganhos ao longo da tarde e flertou com o nível de R$ 4,80 ao registrar máxima a R$ 4,7998. No fim da sessão, a moeda era negociada a R$ 4,7895, em alta de 1,27%, após ter encerrado julho com desvalorização de 1,25%. Principal termômetro do apetite por negócios, o dólar futuro para setembro apresentou bom giro, acima de US$ 13 bilhões. (AE)

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