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Ibovespa inverte mão e fecha em ligeira queda

Bolsa interrompe quinto dia seguido de alta após informação sobre risco de furo do teto de gastos do governo

Mercado

Bolsa perdeu mais de dois mil pontos até fechar na mínima de 112,6 mil pontos

A percepção de que o teto de gastos pode ser “furado” no ano que vem azedou o dia positivo do Ibovespa, que vinha sustentando a quinta alta consecutiva na marca dos 114 mil pontos.

Após apontar o golpe, que veio do Congresso Nacional quase no fim da tarde desta segunda-feira, 7 de dezembro, o principal índice acionário da B3 inverteu o sinal e chegou a perder 2 mil pontos, para 112,6 mil na mínima, encerrando a sessão de negócios em queda de 0,14%, com 113,5 mil pontos.

Minuta do substitutivo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial, enviada hoje pelo relator, senador Márcio Bittar (MDB-AC), a lideranças do Senado, após meses de impasse, indica que o Congresso quer abrir caminho para despesas fora do teto de gastos pelo período de um ano. A condição: ser bancadas com receitas vindas da desvinculação de fundos públicos.

“Furaram o teto”, afirmou uma fonte do mercado financeiro ouvida assim que o Ibovespa inverteu a mão.

Daí por diante, os investidores dispararam ordens de venda e as ações de primeira linha de bancos, que vinham dando sustentação à alta durante todo o dia, arrefeceram o ímpeto, ainda que tenham encerrado o pregão com ganhos.

Houve recado formal do Ministério da Economia de que é contra qualquer proposta que trate da flexibilização do teto de gastos, mesmo que temporária. O próprio ministro Paulo Guedes veio a público para dizer que conversou com Bittar e que este teria afirmado que não havia flexibilização do teto.

De acordo com o ministro, o próprio presidente Jair Bolsonaro também negou a intenção. “Conversei com Bolsonaro, que também disse que não há flexibilização do teto”, afirmou Guedes.

No entanto, ainda assim, o Índice Bovespa não teve forças para reagir, muito embora o índice futuro tenha conseguido voltar ao positivo encerrando com avanço de 0,22%, aos 113,7 mil pontos.

Durante o dia, o fluxo de recursos estrangeiros foi fator determinante para manter o Ibovespa na contramão do movimento de baixa da maioria dos seus pares no exterior.

“Há um movimento muito forte de dinheiro para emergentes, que deve seguir até fevereiro, quando os olhares se voltarão mais firmes para as movimentações no Congresso Nacional”, afirma Luis Sales, analista de mercado da corretora Guide Investimentos.

Agência Estado

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