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Petrobras tem forte alta, mas Ibovespa cai com pessimismo no exterior

Petrobras teve forte valorização com alta do petróleo, mas dados negativos da China e Europa impediram desempenho positivo da Bolsa

Ibovespa

Petrobras subiu com alta do petróleo após notícia de cortes de oferta da Arábia Saudita e Rússia | Foto: Getty Images

Amparado pelo forte desempenho de Petrobras na sessão (ON +4,60%, PN +3,34%), o Ibovespa se manteve em torno da estabilidade em boa parte da sessão desta terça-feira, sem encontrar fôlego para evitar o segundo dia negativo na semana. A alta foi contida pela aversão a risco no exterior, após dados econômicos piores do que o esperado na China e na Europa.

Como na segunda-feira, o ajuste foi leve no fechamento, em baixa de 0,38%, aos 117.331,30 pontos, colocando a perda na semana a 0,48% e limitando o ganho neste começo de setembro a 1,37%, em três sessões – no ano, o Ibovespa avança 6,92%.

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Após o feriado do dia do Trabalho nos Estados Unidos, na segunda-feira, o giro financeiro subiu de R$ 12 bilhões para R$ 21,6 bilhões nesta terça, em semana um pouco mais curta também no Brasil, com a pausa pelo 7 de setembro, na quinta-feira. Nesta terça, a referência da B3 oscilou entre mínima de 116.637,02 e máxima de 117.956,71 pontos, saindo de abertura aos 117.776,37.

“O Ibovespa chegou a trabalhar no positivo, mas teve um dia de pequena realização, no fechamento, com Petrobras como único ponto favorável, muito por conta do petróleo, com a notícia de que a Arábia Saudita vai estender o corte de produção até dezembro de 2023, contribuindo para o desempenho das empresas do setor na sessão”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos. Além de Petrobras, destaque também para Prio (+1,89%) e 3R Petroleum (+1,13%).

Por outro lado, no segundo dia como componente da carteira Ibovespa, PetroReconcavo caiu nesta terça 5,49% – terceira maior perda do índice na sessão, atrás de Via (-7,14%) e de CVC (-5,81%).

Destaques positivos do Ibovespa

Na ponta ganhadora, além de Petrobras, destaque também para Assai (+4,24%) e Raízen (+3,89%). Na sessão, o desempenho díspar da PetroReconcavo em relação a outros nomes do segmento decorreu de preocupações dos investidores sobre como a empresa conseguirá acelerar produção após a Petrobras ter decidido interromper o desinvestimento no Polo Bahia Terra.

Nesta terça, com o petróleo tipo Brent de volta à faixa de US$ 90 por barril após cortes voluntários de oferta, confirmados por Arábia Saudita e também pela Rússia, Petrobras foi a exceção positiva entre as ações de maior liquidez na B3 – Vale ON cedeu 0,43% e as perdas entre ações de grandes bancos chegaram a 2,15% (Bradesco PN) no encerramento do dia.

O Bank of America (BofA) elevou o peso da Petrobras na carteira LatAm, de 5% para 9%, refletindo o recente aumento da recomendação dos papéis para compra e a exposição da empresa ao petróleo, diante da previsão de preço da commodity acima do consenso.

Dólar sobe 0,82% a R$ 4,97

O dólar à vista encerrou a sessão desta terça-feira, 5, em alta de 0,82%, cotado a R$ 4,9754 após ter registrado máxima a R$ 4,9865. O dia foi marcado por uma onda global de valorização da moeda americana e avanço firme das taxas dos Treasuries, em meio à safra de indicadores reiterando desaceleração da economia chinesa, enfraquecimento maior da atividade na zona do euro e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Segundo operadores, o andamento da agenda econômica no Congresso e declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre medidas de uma eventual reforma administrativa foram monitorados, mas não tiveram impacto relevante na formação da taxa de câmbio.

Geralmente mais castigado em episódios de fortalecimento da moeda norte-americana no exterior, o real sofreu nesta terça menos que seus pares latino-americanos. No fim da tarde, o peso mexicano perdia 1,46% e o peso chileno, 2,60%.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, em especial euro e iene, o índice DXY se aproximou da linha dos 105,000 pontos, ao registrar máxima aos 104,907 pontos, nos maiores níveis desde março. Índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) de Alemanha, Reino Unido e zona do euro recuaram em agosto, com leitura abaixo de 50, o que indica contração da atividade. Já na China, houve queda do PMI de serviços de 54,1 em julho para 51,8 em agosto. (AE)

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