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Vale cai quase 7% com incertezas sobre a China e derruba o Ibovespa

O Ibovespa fechou em queda de 1,80%, aos 96.120 pontos, depois de oscilar entre 95.430 e 97.878 pontos; Vale recuou 6,66%

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Ibovespa caiu forte com risco fiscal no Brasil, temor de recessão global e pressão das commodities no radar | Foto: Getty Images

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em forte queda nesta sessão após aprovação do pacote de bondades no Congresso Nacional e da perspectiva de aumento mais forte dos juros nos Estados Unidos. Além disso, a Bolsa foi afetada pelo movimento negativo das commodities diante de incertezas sobre a economia chinesa. Os papéis da Vale lideraram as perdas no Ibovespa.

A queda do minério de ferro e as incertezas em relação à recuperação da economia chinesa diante de uma nova crise imobiliária e os lockdowns para conter a covid afetam outras empresas, assim como o risco de uma recessão global.

O Ibovespa recuou 1,80%, aos 96.120 pontos, depois de oscilar entre 95.430 e 97.878 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 24,4 bilhões. Com o resultado, a bolsa acumula perda de cerca de 4% na semana e de perto de 3% no mês.

O minério de ferro no mercado à vista caiu ao menor nível desde novembro de 2021. O minério com 62% de teor de ferro foi negociado no porto de Qingdao a US$ 100,29 a tonelada, recuo de 7.91%. Com isso, a Vale despencou 6,48%.

A companhia perdeu cerca de R$ 24,5 bilhões em valor de mercado no pregão de hoje, com essa queda. Siderúrgicas também recuaram forte nesta sessão. CSN cedeu 6,40%, Gerdau baixou 4,13%, Usiminas perdeu 3,59%. Já CSN Mineração registrou queda de 4,30%.

O petróleo também recua nesta sessão e é negociado abaixo de US$ 100. O barril do Brent caiu 0,47% e era cotado a US$ 99,10. Os papéis da Petrobras acompanham a queda do óleo e operam em baixa. O PETR4 se desvalorizou 2,51% e o PETR3, 3,19%.

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Os índices americanos também operam no terreno negativo. Dow Jones recua 0,46%, S&P 0,30% e Nasdaq subiu levemente 0,03%.

No cenário externo, o mercado ainda busca pistas da conduta do Federal Reserve (Fed, banco central americano) nas próximas reuniões em relação à política monetáira.  

Hoje, foi divulgado nos Estados Unidos a inflação ao produtor (PPI) que subiu 1,1% em junho, ante 0,9% em maio. Nos 12 meses, a alta dos preços é de 11,3%. O núcleo do PPI em junho apresentou alta de 0,3%. Em maio, o indicador subiu 0,5%

No dia anterior, foi divulgado o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de junho, que veio acima do esperado pelo mercado. Os preços avançaram 1,3% no mês passado, ante o consenso de alta de 1,1%.

Na base anual, a alta da inflação foi de 9,1%. A estimativa do mercado era de crescimento de 8,8%. O núcleo do CPI subiu 0,7% em junho, ante uma projeção de alta de 0,5%. Em base anual, o avanço foi 5,9% e o consenso do mercado era de uma evolução de 5,7%.

No cenário interno, o mercado monitora o possível descontrole fiscal no Brasil. Ontem, a Câmara aprovou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) das bondades, também chamada de “PEC Kamikaze”.

Articulada pelo Palácio do Planalto com a base governista no Congresso, a PEC aumenta o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 por mês, zera a fila do programa, concede uma “bolsa-caminhoneiro” de R$ 1 mil mensais e um auxílio-gasolina a taxistas de R$ 200.

O custo do pacote é de R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação do ano anterior.

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