Ibovespa fecha segunda semana em alta, apesar do aumento do risco fiscal

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou a segunda semana consecutiva em alta, mesmo com o pacote de bondades do governo brasileiro esperado para ser aprovado até a semana que vem. Na sexta-feira, no entanto, o índice recuou 0,44%, aos 100.288 pontos, depois de oscilar entre 99.958 e 101.576 pontos.

Com o resultado desta sessão, o Ibovespa apresentou alta de 1,35% na semana e no mês sobe perto de 2%. No ano, ainda há queda de cerca de 3%.

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Os índices americanos, que durante todo o dia operaram instáveis, fecharam sem direção definida. Dow Jones recuou 0,14%, S&P 500, 0,08% e Nasdaq subiu 0,12%.

Os investidores ainda monitoraram os movimentos das grandes economias mundiais, como os Estados Unidos e Europa, em relação à condução da política monetária. A aposta é de que a recessão mundial, principalmente no mercado americano, seja capaz de diminuir o ritmo de crescimento da inflação, Com isso, os banco centrais podem ser menos contracionistas na elevação dos juros.

Hoje, saíram os dados de emprego nos Estados Unidos. O Payroll de junho aponta a criação de 372 mil vagas, ante uma previsão de 250 mil. A taxa de desemprego se mantém em 3,6% e o salário médio apresentou alta de 0,31%, pouco acima das expectativas, de 0,30%. No comparativo anual os rendimentos avançaram 5,11%, também um resultado melhor do que o consenso do mercado que era de 5%.

“É importante salientar que o mercado estava com viés negativo e isso faz com que muitas operações de bolsa de valores sejam short, com ganho na queda da bolsa. Então, é natural que a bolsa apresente alguns períodos de alta”, disse Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital.

Para Labarthe, há um viés positivo para papeis extremamente descontados em que investidor revê posições auxiliando no repique e recompra de ações. “Isso faz com que papeis muito descontados subam. Temos ações que subiram mais de 25% em dois pregões”, ressaltou.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE) divulgou a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho. Segundo os dados, o indicador chegou a 0,67% no mês passado, após a variação de 0,47% registrada em maio.

A alta foi influenciada principalmente pelo aumento de 0,80% no grupo de alimentação e bebidas, que tem grande peso no índice geral (21,26%). No ano, a inflação acumulada é de 5,49% e, nos últimos 12 meses, de 11,89%.

Além disso, a desconfiança de que ocorra um descontrole fiscal no país ainda está no radar dos investidores. Ontem a “PEC das bondades” foi aprovada em Comissão Especial da Câmara dos Deputados, mas não foi votada no plenário. O presidente da Casa, Arthur lira, resolveu deixar a votação para terça-feira, pois o quórum estava baixo.

O texto que passou no Senado prevê mais um novo benefício, um auxílio-gasolina para taxistas, o custo do pacote que vai ficar fora do teto de gastos chega a R$ 41,2 bilhões. Segundo o governo, as medidas têm como objetivo reduzir o impacto da disparada dos combustíveis.

Segundo o Banco Safra, os gastos além do teto podem ser superiores aos R$ 41,2 bilhões, com o aumento do valor do Auxílio Brasil, Vale gás e a inclusão do auxílio para motoristas de app.