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Indústria contrata mais do que demite após 10 anos

Pela primeira vez em dez anos, saldo de empregos na indústria fica positivo em janeiro, segundo a Sondagem Industrial da CNI

emprego industrial

Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 69%, o que é o maior porcentual para o mês de janeiro desde 2014 | Foto: AE

Pela primeira vez, em dez anos, as contratações superaram as demissões no mês de janeiro na indústria.

A Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira, 24, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que o índice de evolução do número de empregados ficou em 51,3 pontos em janeiro de 2021. Assim, o emprego industrial acumula sete meses consecutivos de alta.

O indicador varia de zero a 100, sendo 50 pontos a linha de corte que separa a alta da queda no emprego. Para o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, as contratações refletem a rápida recuperação da indústria no segundo semestre do ano passado.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 69%, o que é o maior porcentual para o mês de janeiro desde 2014, embora seja um ponto porcentual menor que o registrado em dezembro de 2020.

Produção desacelerou em janeiro

Já a produção industrial seguiu o movimento normal do início do ano, registrando desaceleração e queda em relação a dezembro de 2020. O índice de evolução de produção ficou em 48,2 pontos, abaixo da linha dos 50 pontos, o que revela queda na produção.

“A queda na atividade industrial foi mais forte na passagem de 2020 para janeiro de 2021 do que nos três anos anteriores. No entanto, a produção dos últimos meses do ano passado também esteve mais aquecida. O que percebemos é que, mesmo com a queda, a produção se mantém em nível relativamente elevado, o que explica a alta do emprego em janeiro”, avalia Azevedo.

A pesquisa revela ainda que os estoques estão abaixo do que as empresas planejavam, mas a queda foi menos intensa e menos disseminada em janeiro do que nos meses anteriores. Além disso, a distância entre o nível de estoque desejado e o estoque efetivo diminui.

“Como a situação ainda não se normalizou, esse fato indica que, possivelmente, os empresários estão planejando trabalhar com nível de estoque mais baixo do que no passado”, avalia a entidade.

O índice de evolução do nível de estoques ficou em 48,3 pontos em janeiro, o que é 2,8 pontos maior que o registrado em dezembro de 2020, apesar de estar abaixo dos 50 pontos, indicando diminuição dos estoques.

Expectativas seguem otimistas

A Sondagem revela que as expectativas dos empresários industriais pouco se alteraram e seguem otimistas. Os índices de expectativas variaram pouco de janeiro para fevereiro de 2021 e se mantiveram em patamar elevado, distantes da linha dos 50 pontos.

“Ou seja, indicam que os empresários continuam esperando crescimento da demanda por seus produtos e da quantidade exportada, e pretendem aumentar a compra de matérias-primas e o número de empregados”, diz a pesquisa.

A intenção de investir, no entanto, apresentou recuo, passando de 59,9 pontos em janeiro de 2021 para 58,3 pontos em fevereiro, queda de 1,6 ponto. Em relação a fevereiro do ano passado, o indicador apresenta ligeira queda de 0,4 ponto.

Para a pesquisa foram ouvidas 1.804 empresas, sendo 437 grandes, 618 médias e 746 pequenas, entre os dias 1º e 12 de fevereiro. (AE)

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