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Indústria recua em mais da metade das regiões do País

Pesquisa do IBGE mostra queda em 9 de 15 locais, com as maiores quedas no Ceará e Amazonas. Principal influência é de São Paulo

Linha de produção de garrafas de plástico para sucos, alusivo à indústria

Queda de 1% da indústria de São Paulo em setembro foi pressionada pelo setor de alimentos e, em menor escala, pelo setor de derivados do petróleo | Foto: Getty Images

A indústria, que recuou 0,4% no Brasil, teve queda em nove dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na passagem de agosto para setembro.

Detalhes da Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) divulgados nesta quarta-feira, 10, mostram que os principais recuos foram no Ceará (-4,4%) e Amazonas (-4%).

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Outros estados com recuos mais intensos do que a taxa nacional (-0,4%) foram Goiás (-2,3%), Mato Grosso (-2,2%), São Paulo (-1%), Pará (-0,6%) e Santa Catarina (-0,5%).

A PIM Regional traz índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo.

De todos os Estados, a maior influência veio de São Paulo, que responde por cerca de 34% da produção industrial do país.

A queda de 1% frente a agosto foi pressionada pelo setor de alimentos e, em menor escala, pelo setor de derivados do petróleo.

Com isto, o Estado se encontra 23,5% abaixo de seu patamar de produção mais alto, atingido em março de 2011, e ainda 1,4% abaixo do patamar pré-pandemia.

Bernardo Almeida, analista da pesquisa, explica que os efeitos da pandemia de covid-19 vêm sendo atenuados desde agosto de 2020, com a flexibilização das medidas restritivas.

“A partir de agosto do ano passado, já temos uma produção mais regularizada. E começamos a perceber as consequências da pandemia para a produção industrial: desabastecimento de insumos, aumento no custo da produção, redução do consumo das famílias por conta de inflação e desemprego. Tudo isso afeta a cadeia produtiva”, comenta Bernardo.

Em setembro, apenas quatro locais apresentavam produção industrial acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020: Santa Catarina (5,2% acima), Rio de Janeiro (1,7%), Paraná (1,6%) e, em destaque, Minas Gerais (10,2% acima), o único que se mantém desde julho do ano passado.

Quedas na indústria em relação a 2020

Na comparação com setembro do ano passado, as quedas mais intensas ocorreram na Região Nordeste (-13,7%), Amazonas (-13,5%), Bahia (-13,3%) e Ceará (-12,3%).

No caso da Bahia, especificamente, destacam-se as perdas no setor de veículos, por conta da saída de uma importante indústria montadora do estado.

“A queda na produção de automóveis e autopeças teve impacto na região Nordeste como um todo”, explica Almeida.

Também houve quedas em Mato Grosso (-8,3%), Goiás (-8,2%), Pará (-7,9%), Pernambuco (-5,8%), São Paulo (-5,6%), Rio Grande do Sul (-4,4%), e Espírito Santo (-0,2%).

Já Rio de Janeiro (5,3%) e Minas Gerais (5,0%) tiveram os maiores avanços em setembro de 2021.

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