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Inflação do aluguel tem maior alta desde o real

Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), usado como referência para o reajuste dos alugueis, foi de 2,94% no mês de março

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Em 1995, no primeiro março sem hiperinflação, o indicador apresentou alta de 1,12% | Foto: Getty Images

O índice mais usado como referência para o reajuste dos alugueis registrou alta de 2,94% no mês de março. Com isso,  o indicador acumula alta de 8,26% no ano e de 31,10% em 12 meses.

Com a alta, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registra a maior taxa para o mês desde a criação do real, segundo a série histórica da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Em fevereiro o IGP-M foi de 2,53%. O plano real foi lançado em julho de 1994. Tanto no atacado quanto no varejo as altas da gasolina e do diesel foram os itens que mais pesaram no IGP-M.

Antes da criação da atual moeda brasileira, as taxas do índice geral de preços mensais eram de dois dígitos e refletiam a hiperinflação da época.

Em 1995, no primeiro março sem hiperinflação, o indicador apresentou alta de 1,12%. Com o dado apresentado na manhã desta terça-feira (30) pela FGV, o IGP-M acumula alta de 8,26% no ano e de 31,10% em 12 meses.

Composição do índice

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) – fator que mais pesa no IGP-M – acentuou a velocidade de alta de fevereiro (3,28%) para este mês (3,56%), acumulando 42,57% em 12 meses concluídos em março.

Já o IPA Agropecuário desacelerou sua taxa a 1,70%, após 3,68% em fevereiro. Em contrapartida, o IPA Industrial subiu 4,31% este mês, ante 3,12% no anterior. No acumulado em 12 meses, as taxas foram de 51,18% e de 39,43%, respectivamente.

“Todos os índices componentes do IGP-M registraram aceleração. No índice ao produtor, os aumentos recentes dos preços das matérias-primas continuam a influenciar a aceleração de bens intermediários (4,67% para 6,33%) e de bens finais (1,25% para 2,50%).

Além disso, os aumentos dos combustíveis também contribuíram para o avanço da inflação ao produtor e ao consumidor. Na construção civil, os materiais para a construção seguem em aceleração impulsionados pela alta dos preços dos insumos básicos”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.

Ainda no IPA, a taxa das matérias-primas brutas variou 2,11% em março, após alta de 3,72% em fevereiro. O arrefecimento, conforme a FGV, foi puxado por: bovinos (9,86% para 1,40%), soja em grão (5,41% para 1,93%) e milho em grão (6,14% para 2,66%). Em sentido oposto, destacam-se os preços de suínos (-8,32% para 4,94%), aves (-0,05% para 4,14%) e laranja (-5,29% para -2,18%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) acelerou a 0,98% este mês, depois de 0,35% no anterior, com a taxa acumulando 5,74% em 12 meses até março. O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC-M), informado no último dia 25, subiu 2,00%, depois de 1,07% em fevereiro.

No âmbito do IGP-M, a inflação ao consumidor também acelerou. O IPC subiu 0,98% em março. Dentro do IPC-M, quatro das oito classes de despesa componentes registraram acréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Transportes (1,45% para 3,97%). Neste segmento de preços, a FGV cita o encarecimento da gasolina, a 11,33% este mês, depois de atingir 4,42% em fevereiro.

Também ajudaram a pressionar o IPC-M os grupos Habitação (-0,29% para 0,53%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,18% para 0,41%) e Vestuário (-0,33% para 0,18%). Pela ordem, nessas classes de despesa, a FGV cita as pressões de itens como tarifa de eletricidade residencial (-3,03% para 0,31%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,42% para 0,61%) e acessórios do vestuário (-1,78% para 1,34%).

Já o conjunto de preços de Educação, Leitura e Recreação (0,78% para 0,02%), de Alimentação (0,18% para 0,10%), de Comunicação (0,00% para -0,10%) e de Despesas Diversas (0,23% para 0,21%) entraram na direção de atenuar um pouco a alta. Nesses segmentos, destacam-se os seguintes itens: cursos formais (2,41% para 0,00%), hortaliças e legumes (-1,77% para -3,70%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,15% para -0,13%) e serviço religioso e funerário (0,44% para 0,08%).

Maiores influências na inflação

Além da gasolina, que teve maior participação na alta do IPC-M de março, também ajudaram a pressionar itens como etanol (16,64% ante 2,59%), gás de botijão (4,23% ante 2,21%), plano de seguro e saúde (0,83% ante 0,78%) e aluguel residencial (0,88% ante 0,35%).

Em contrapartida, ficaram mais baratos no varejo: tomate (-11,69% de -8,79%), batata inglesa (-12,61% de -5,49%), leite longa vida (-4,03% de -3,69%), maçã (-10,01% de -1,87%) e arroz (-2,35% de -0,81%).

Preços no atacado

No atacado, as maiores pressões de alta foram óleo diesel (25,87% de 8,47%), gasolina automotiva (23,81% de 17,43%), minério de ferro (2,68% de 2,63%), soja em grão (1,93% de 5,41%) e adubos e fertilizantes (14,32% de 15,77%). Já o farelo de soja (-5,74 de alta de 4,37%), batata inglesa (-24,52% ante -15,88%), maçã (-29,16% ante -13,07%) e mandioca (-3,31% ante alta de 3,61%). (AE)

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