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Juro do rotativo do cartão de crédito cai. Agora é de 431,6% ao ano

Enquanto a taxa do rotativo do cartão de crédito caiu em outubro, a do parcelado aumentou de 193,8% para 195,6%, segundo o BC

Cartão de crédito

Taxa de juros total do cartão de crédito variou de 101,4% para 95,7% em outubro | Foto: Getty Images

A taxa de juros do cartão de crédito rotativo variou de 441,1% ao ano em setembro para 431,6% em outubro. O rotativo é a linha de crédito pré-aprovada no cartão e inclui também saques feitos na função crédito do meio de pagamento. No caso de inadimplência do cliente, o banco deverá parcelar o saldo devedor ou oferecer outra forma para quitar a dívida em condições mais vantajosas dentro de 30 dias.

Já a taxa do parcelado do cartão variou de 193,8% para 195,6%. Assim, a taxa de juros total do cartão de crédito variou de 101,4% para 95,7% em outubro. No cheque especial, a taxa de juros cobrada foi de 126,6%, vinda de 133,9% em setembro.

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Juros do rotativo do cartão de crédito preocupa Febraban

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que está “muito preocupado com o empilhamento de prestações” do cartão de crédito. “Confio que o Banco Central está atento a isso. Nunca vi o BC cruzar os braços diante de uma situação de criticidade como essa”, comentou ele, durante almoço de fim de ano promovido pela entidade, em painel ao lado do presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Ele afirmou que o problema não é o rotativo do cartão, mas sim as questões que levam os juros dessa linha a serem tão altos. “Não adianta trocar os pneus do carro [rotativo] se o problema é no motor [causas dos juros altos]”, disse. Segundo Sidney, a experiência internacional mostra que qualquer tabelamento não resolve o problema. “Chile e Colômbia fizeram algo parecido e foi desastroso.”

Nesse sentido, falou que a lei que estabelece um teto de juros de 100% no cartão não vai reduzir estruturalmente os juros, mas que a lei está dada e o setor tem até o fim do ano para apresentar uma proposta alternativa, que seja aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

“Nunca defendemos o fim do parcelado sem juros, mas uma limitação que seja um freio de arrumação. O diagnóstico é claro, do ponto de vista estrutural, prudencial, da estabilidade financeira, é algo que deveria ser endereçado”, afirmando, acrescentando que falta um pouco de sensatez econômica no debate do rotativo.

Ele comentou ainda que o Brasil precisa encarar de frente o trabalho de reduzir de forma estrutural custos da intermediação financeira. Sidney lembrou que o Congresso aprovou recentemente o Marco de Garantias, mas que parte foi vetada pelo presidente Lula.

“Até quando vamos ostentar patamares baixíssimos de recuperação de garantias? Somos um dos países que menos recuperam garantias no mundo. […] O Congresso aprovou o marco de garantias, trabalhamos arduamente para que isso acontecesse, andamos casas importantes nesse tabuleiro. No imobiliário tivemos avanços significativos, mas em veículos estacionamos um pouco.”

Em ocasiões anteriores, a Febraban já havia dito que vai trabalhar para que o Congresso derrube o veto de Lula que impossibilitou a recuperação extrajudicial de veículos, como havia sido aprovado pelo Legislativo.

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