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Juro futuro sobe após Copom sinalizar freio no ritmo da Selic

Comunicado do Copom limitou projeções de cortes futuros apenas à próxima reunião, após baixar Selic a 10,75% ao ano; destaques do dia

juros futuros

O Dólar Futuro apresentou alta de +0,08% no último pregão, cotado a 4.976,00 pontos | Foto: Getty images

Os juros futuros apresentaram alta próxima de 10 pontos ontem com decisão do Copom de abandonar a indicação de cortes na mesma magnitude para as próximas reuniões, sinalizando mais uma queda de 0,5pp, mas não se comprometendo com os movimentos futuros.

Análise Técnica:

O Ibovespa apresentou queda de -0,75% no último pregão, cotado a 128.158,57 pontos. O ativo está em tendência neutra no médio e no curto prazo. Na alta, a primeira resistência fica em 131.500 pontos e a segunda em 134.300. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 125.500. O próximo fica na faixa de 122.500 pontos.

O Dólar Futuro apresentou alta de +0,08% no último pregão, cotado a 4.976,00 pontos. O ativo se encontra em tendência neutra no médio e no curto prazo. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.940 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.860. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 5.045 e a segunda em 5.145.

Exterior:

Bolsas mistas nesse início de manhã, com Europa em baixa e futuros nos EUA levemente no positivo. Agenda conta do falas de dirigentes do Fed ao longo do dia. Ontem, o BoE (Banco Central da Inglaterra) manteve a taxa de juros inalterada, mas indicou que cortes de juros estarão no radar em reuniões futuras.

Doméstico:

Relatório de receitas e despesas do governo é destaque da agenda, que está mais limitada hoje. Dado de confiança do consumidor de março mostrou melhora para 91,3, de 89,7 em fevereiro.

Commodities:

Petróleo apresenta alta (USD85,9/b; +0,14%)
Minério de ferro registra queda, mas encerra a semana em boa valorização (USD108,1/t; -1,58%)

Empresas:

B3: Cia é rebaixada a neutra por Bradesco BBI
Inter&Co: GDRs elevados a outperform por Santander
Copasa: Cia eleva previsão capex 2024; lucro líquido supera estimativas
Enauta: WAO compra 20% de Campos Atlanta, Oliva

Agenda do Dia:

08:00 – Brasil – Confiança do consumidor/Março

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 128.159 (-0,75%)
S&P: 5.242 (+0,32%)
Dólar Futuro: R$4,97 (+0,08%)

Atualizações Safra:

Copasa: Resultados do 4T23 – Volumes fortes impulsionam o EBITDA; positivo

O EBITDA reportado da Copasa, de R$680 milhões (+28% em relação ao ano anterior), ficou 1,0% acima de nossas estimativas e 0,8% acima do consenso. O EBITDA ajustado foi de R$712 milhões (5,8% acima da nossa estimativa e 5,7% acima do consenso), após excluir os impactos não recorrentes de indenizações pagas (R$34 milhões) e a reversão da provisão para acordos trabalhistas (R$2 milhões). O resultado líquido de R$355 milhões (+32% ano a ano) ficou 22% acima da nossa estimativa e 14% acima do consenso, ajudado por impostos menores do que o esperado. No dia 20, a Copasa anunciou a distribuição de dividendos no valor total de R$0,87/ação, ou um dividend yield de 4,3%, com data de saída em 25 de março. Os resultados foram sólidos e impulsionados pelo bom crescimento do volume no trimestre.

Nossa opinião? Positiva. Em nossa visão, a Copasa apresentou bons indicadores de qualidade, com destaque para o crescimento de volume, que explica a maior parte do EBITDA ajustado batido em nossos números. No dia 20 de março, a Copasa anunciou uma distribuição de dividendos de 4,3% que inclui as distribuições do 4T23 (R$0,42/ação) e do 1T24 (R$0,45/ação), totalizando um payout de 50%, o que está em linha com a política da empresa. Temos uma recomendação de Compra para a Copasa com base principalmente no valuation, uma vez que a empresa está sendo negociada a uma TIR de 14,1%.

Distribuição de combustível – Dado mensal de combustível de fevereiro de 2024

Estamos apresentando nosso novo relatório de acompanhamento sobre dados do mercado de distribuição de combustível, com foco principalmente em volumes, preços e margens de diesel e gasolina.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) registrou uma redução de 4% nos volumes de diesel e gasolina em fevereiro, impulsionada por uma queda de 10% nos volumes de gasolina, enquanto os volumes de diesel permaneceram estáveis. Nenhuma mudança significativa foi observada em relação à participação de mercado, mas a Vibra e outras distribuidoras aumentaram sua participação em 100 pontos-base cada, enquanto a Raízen e a Ipiranga tiveram uma perda da mesma magnitude. Em relação aos preços, os preços da Petrobras para diesel e gasolina permaneceram inalterados, o que, combinado com um aumento nos preços da Costa do Golfo, manteve o desconto do preço doméstico. As importações de diesel da Rússia e outras importações caíram sequencialmente, reduzindo a participação dos importadores independentes no abastecimento doméstico de diesel.

CPFL: Resultados do 4T23 – Volumes impulsionam fortes margens operacionais; Dividendos anunciados e menor payout confirmado

O EBITDA reportado da CPFL de R$3.111 milhões (queda de 18,2% em relação ao ano anterior) ficou 5,9% acima da nossa estimativa e 8,6% acima do consenso. Ajustando o EBITDA para excluir R$147 milhões da atualização financeira dos ativos financeiros das concessões (VNR), R$337 milhões de impairment na Enercan, R$52 milhões de baixa de ativos, entre outros itens não recorrentes menores, chegamos a um EBITDA de R$3.141 milhões, 6,9% acima da nossa estimativa e do consenso. O braço de distribuição da empresa apresentou resultados bons e melhores do que o esperado, principalmente devido ao bom desempenho do PMSO e volumes maiores do que o esperado, bem como margens mais fortes nas unidades de transmissão. A CPFL anunciou R$ 2,75 por ação em dividendos, equivalente a um rendimento de 8,0% e um payout de 57,3%. Esse é um bom nível de dividendos, mas muito menor do que as distribuições anteriores, o que pode ser o novo nível normal da empresa.
Nossa opinião: Bons resultados operacionais, mas payout mais fraco confirmado. Vemos os resultados como positivos, considerando que a empresa se beneficiou de volumes fortes e de um controle de custos razoável, após o ajuste para excluir itens não recorrentes. No entanto, o pagamento de 57% dos lucros informados foi mais fraco do que o previsto, embora implique um rendimento de dividendos razoável de 8,0%. Os investidores podem ficar desapontados, já que as distribuições de dividendos anteriores da empresa implicavam pagamentos mais altos. Reiteramos nossa recomendação Neutra, pois consideramos seu valuation menos atraente em comparação com o de outros pares, embora a empresa continue a ser uma operadora de alta qualidade.

Qualicorp: Resultados do 4T23 – Trimestre fraco, mas com uma melhora no EBITDA ajustado
O EBITDA ajustado ficou apenas 1% acima de nossa estimativa (+9% vs. consenso). A Qualicorp apresentou resultados melhores do que os esperados, embora a empresa tenha tido um desempenho fraco, com a perda de membros no segmento de afinidade levando a uma linha superior mais baixa. A nota positiva foi, mais uma vez, uma geração decente de fluxo de caixa livre, apesar dos números operacionais fracos. Gostamos da abordagem da administração para redesenhar alguns aspectos importantes do negócio, mas acreditamos que a tarefa é bastante desafiadora e gostaríamos de ver alguns sinais mais claros de estabilidade do portfólio e potencial para crescimento futuro antes de ficarmos mais otimistas com o nome. Portanto, mantemos uma recomendação Neutra para a QUAL3.

Even: Resultados do 4T23 – Os lucros abaixo do esperado

A Even reportou resultados gerais decentes no 4T23. Por um lado, o sólido desempenho das vendas trimestrais levou a uma impressionante expansão de 92% em relação ao ano anterior, enquanto a margem bruta de Melnick, acima do esperado, impulsionou a margem bruta ajustada da empresa para 25,9%, levando a um ROE anualizado de 12%. No entanto, a venda estruturada das unidades de estúdio da Casa Sabiá, juntamente com as perdas contábeis decorrentes do reconhecimento da permuta do terreno do empreendimento, levou a níveis mais baixos de margem bruta em São Paulo, enquanto o consumo de caixa no trimestre atingiu R$213 milhões acima do esperado.
Nossa opinião. Os resultados do 4T foram, em geral, decentes, superando as estimativas do consenso, embora tenham ficado um pouco abaixo de nós devido à perda minoritária maior do que a esperada. Enquanto isso, reiteramos nossa recomendação de Compra para EVEN3, devido à sua estratégia de longo prazo e ao atraente valuation de P/VP de 0,7x 2025E – a mais barata entre as empresas sob nossa cobertura. Enquanto isso, continuamos acreditando que o sólido balanço patrimonial, o reconhecimento da marca e a estrutura mais enxuta da Even devem resistir a qualquer vento macroeconômico desfavorável.

Sabesp: resultados do 4T23 – Margens continuaram a melhorar; outro trimestre positivo com o anúncio de dividendos

A Sabesp reportou um forte EBITDA de R$2.957 milhões (excluindo resultado de equivalência patrimonial), um aumento de 72% em relação ao ano anterior e 21,7% acima das estimativas e do consenso do J.Safra, principalmente como resultado de um desempenho de volume melhor do que o esperado, aumentos de tarifas e economias de custos. Esperamos uma reação positiva do mercado, uma vez que os resultados confirmaram a tendência positiva para linhas de custos gerenciáveis. A empresa também propôs R$984 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio, equivalentes a R$1,44 por ação (1,8% de yield), implicando em um payout de 29%.
Nossa opinião: Outro trimestre positivo. Vemos os resultados do 4T23 da Sabesp como sólidos e acima das expectativas, com importantes iniciativas de custos continuando a produzir melhorias nas margens. Mantemos nossa recomendação de Compra para a Sabesp, com base principalmente em seu valuation. Acreditamos que o tema da privatização representa um potencial gatilho de curto prazo para a valorização das ações e, à medida que a probabilidade de o processo avançar aumenta, o valuation da empresa pode se aproximar do nosso cenário otimista (R$ 141 por ação), enquanto vemos a empresa sendo negociada a múltiplos atraentes (0,9x EV/RAB e 10% de TIR real).

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