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Mesmo com lucro, margens da Rede D’Or são pressionadas no 4º trimestre

Maior operadora de hospitais privados no País, a Rede D'Or tem recomendação de compra para suas ações e preço-alvo de R$ 72

Prédio de hospital da Rede D'Or, no Rio de Janeiro

Queda no número de pacientes com covid-19 e uma sazonalidade mais regular no trimestre se mostraram mais fortes do que o previsto e reduziram nível de ocupação de leitos | Foto: Divulgação

Após a Rede D’Or (RDOR3) reportar margens mais fracas no 4º trimestre de 2021, o Banco Safra divulgou relatório que explica o que afetou os resultados da companhia, que teve lucro líquido ajustado de R$ 346 milhões (-8% na comparação com o trimestre imediatamente anterior).

Conforme o documento, a queda no número de pacientes com covid-19 e uma sazonalidade mais regular no trimestre se mostraram mais fortes do que o previsto. Isso resultou em uma menor taxa de ocupação e, consequentemente, menor alavancagem operacional.

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Além disso, os custos trabalhistas aumentaram significativamente no trimestre, pressionando ainda mais a margem bruta. No entanto, uma alíquota efetiva de imposto de renda abaixo do esperado gerou uma surpresa positiva de 3% (21% acima do consenso) no lucro líquido.

Mesmo com os resultados abaixo do esperado pelo mercado, o Safra mantém a classificação de compra para as ações RDOR3, com preço-alvo (potencial) de R$ 72.

Sendo assim, o Safra espera ver no futuro alguma recuperação de margem nas negociações de preços com seguradoras e maiores ganhos de eficiência com a integração de hospitais recém adquiridos.

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Pontos do balanço

A receita líquida da Rede D'Or ficou 3% abaixo do trimestre e 5% abaixo das estimativas do Safra, chegando a R$ 5,136 bilhões. Na comparação com o mesmo trimestre de 2020, a alta foi de 23%. Sobre o 3T2021, houve queda de -3%.

A empresa aumentou em 5% trimestralmente o número de leitos totais para 10.618, embora com uma taxa de utilização menor (2,50% menor trimestralmente) devido a ajustes resultantes de uma menor necessidade de leitos para atender pacientes com covid-19.

A taxa de ocupação diminuiu pouco mais de 1% anualmente e 1,9% trimestralmente, atingindo 76,5% no quarto trimestre de 2021 (vs. estimativa do Safra de 78%). O Safra ressalta que a taxa de ocupação está em linha com a média histórica da empresa.

O ticket médio diminuiu 1,9% no trimestre devido a casos menos graves de covid-19 e aumentou 1,7% no comparativo anual.

A Rede D'Or também aumentou significativamente o número de consultas online, atingindo 29 milhões em 2021, um aumento de 84,5% anualmente.

Outros detalhes sobre o balanço financeiro da companhia de saúde, assim como pontos da negociação com a SulaAmérica (SULA11) podem ser conferidos por este link.

Vale a pena investir na Rede D'Or?

  • Maior operadora de hospitais privados do Brasil;
  • Bastante espaço para crescimento acelerado nos próximos anos;
  • Plano de negócios detalhado e forte histórico de execução ajudam a mitigar riscos;
  • Parceiro fundamental para seguradoras, um forte poder de barganha;
  • Modelos de pagamento alternativos não parecem ser ameaça;
  • Opcionalidades potenciais de negócios auxiliares;
  • Muitos concorrentes não são eficientes e podem se tornar alvos fáceis; e
  • Expansão da margem em aquisições anteriores é boa indicação de eficiência.

Quais são os principais riscos de RDOR3?

  • Saturação do mercado endereçável no longo prazo;
  • Execução no seu crescimento orgânico ou M&A; e
  • Concentração excessiva em poucos pagadores.

Sobre a Rede D’Or (RDOR3)

A Rede D’Or (RDOR3) é a maior prestadora de serviços de saúde do Brasil, operando 54 hospitais, 49 clínicas de oncologia, 11 laboratórios de diagnóstico e 56 unidades de diálise.

Atua em oito estados e no Distrito Federal e está se expandindo rapidamente para novas regiões, além de consolidar sua atuação nas regiões em que já está presente.

Fundada em 1977 pelo Dr. Jorge Moll, cardiologista carioca, a empresa inicialmente teria como principal atividade os diagnósticos.

Em 1998, foi percebida uma oportunidade maior no negócio de hospitais.

Assim, o prédio que atualmente é o Barra D’Or se tornou o primeiro hospital da empresa.

A empresa concluiu seu IPO em dezembro de 2020, captando R$ 8,4 bilhões na oferta primária e totalizando R$ 11,4 bilhões incluindo a oferta secundária.

Enfim, em maio de 2021 a empresa concluiu uma oferta complementar, na qual 25 milhões novas ações foram emitidas e 43,82 milhões de ações foram vendidas de seus acionistas controladores.

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