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Mercado aposta em fim do ciclo de aperto dos juros nesta ‘superquarta’

Pesquisa do jornal Valor com 109 instituições financeiras mostra que 82 delas esperam que o Copom mantenha os juros em 13,75% na 'super quarta'

Cédula do real

Parte do mercado ainda acredita em um ajuste residual de 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic para 14% ao fim do ciclo | Foto: Getty Images

A ampla maioria de economistas e investidores acredita que o ciclo de aperto monetário no Brasil chegou ao fim, embora cerca de um quarto dos especialistas ainda esperem um ajuste de 0,25 ponto na taxa Selic nesta quarta-feira – ou ‘superquarta’, considerando que o Federal Reserve também deverá anunciar nova alta de juros no mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).

Segundo pesquisa realizada pelo jornal Valor com 109 instituições financeiras, 82 delas esperam que o Banco Central mantenha as taxas de juros inalteradas em 13,75% na decisão de política monetária desta semana. As outras 27 contam ainda com um ajuste residual de 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic para 14% ao fim do ciclo.

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O levantamento reforça a visão de que, após esta reunião, as taxas de juros devem permanecer inalteradas no Brasil até o encerramento do ano, período em que ainda ocorrerão mais dois encontros do Copom. Apenas 2 das 109 instituições participantes enxergam ajustes residuais nas reuniões de outubro e dezembro.

A visão de que o ciclo de aperto no país estaria muito próximo do fim vinha bastante consolidada após o comunicado da última decisão do Copom, quando o colegiado afirmou que iria avaliar “a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”. No entanto, para parcela do mercado a comunicação mais recente utilizada pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, e pelo diretor de política monetária da instituição, Bruno Serra, trouxe de volta a possibilidade de uma extensão do ciclo nesta reunião.

Super quarta: Copom deve manter juros inalterados, diz economista do Safra

O economista sênior do Banco Safra, Eduardo Yuki, disse em entrevista ao Valor que espera que o BC mantenha as taxas inalteradas na reunião de quarta, mas vê necessidade de uma comunicação dura por parte da autoridade. “O comunicado poderá reiterar a vigilância do BC com as expectativas de inflação, sinalizando uma postura bastante firme. Também poderá indicar a necessidade de manutenção da Selic em patamar restritivo por período suficientemente prolongado, com objetivo de ancorar as expectativas de inflação de 2024. Assim, esperamos por uma comunicação austera.”

Mesmo a parcela do mercado que avalia que a continuidade do ciclo de aperto monetário é a melhor estratégia para o BC reconhece que uma eventual alta de 0,25 ponto na Selic não faria grande diferença do ponto de vista econômico, mas seria importante como mensagem a ser transmitida.

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