Entenda o impacto do mercado de carbono para o Brasil e o mundo
O Brasil está bem próximo de ter um mercado de carbono regulado e o tema tem sido discutido em várias frentes; confira como funciona este mercado
08/01/2024As estratégias para alcançar um mundo de carbono neutro em 2050 serão um dos temas discutidos durante o Fórum Econômico Mundial, que acontecerá entre 15 a 19 de janeiro na cidade de Davos, na Suíça. O evento reunirá chefes de estado, CEOs de empresas, representantes da sociedade civil e líderes juvenis de todo o mundo sob o lema “Reconstruindo a confiança”.
O Brasil tem avançado em um plano de transição ecológica com o objetivo de fazer uma “revolução verde” na economia doméstica. Um dos primeiros passos foi aprovação no Senado do projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no país (PL 412/2022). A legislação faz parte de um conjunto de medidas para a transição ecológica na economia brasileira.
O plano também envolve a emissão de títulos sustentáveis e a criação de uma taxonomia nacional focada em sustentabilidade.
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O que é o mercado de créditos de carbono?
Antes de entender o que é o mercado de carbono, é importante dar um passo atrás e entender o que são os créditos de carbono.
Um crédito de carbono é a medição de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) retirada da atmosfera ou não emitida, contribuindo para a redução do efeito estufa.
Dessa forma, empresas que possuem um nível de emissão de carbono alto e não tiverem opções para a redução podem comprar créditos de carbono para compensar as suas próprias emissões.
Isso permite que um país ou organização que tenha mais possibilidades para reduzir a emissão de poluentes gere mais créditos. Além disso, pode usá-los como moeda de negociação com outros players que não tenham alcançado seus objetivos de redução – isso é o mercado de carbono.
Como funciona esse mercado?
O mercado de créditos de carbono funciona a partir do comércio de emissões de carbono e/ou projetos geram as chamadas Reduções Certificadas de Emissão (RCE), negociadas com países ou instituições que não conseguem atingir suas metas de emissão de CO2.
Assim como uma moeda normal, o valor atribuído ao crédito varia de acordo com o cenário econômico e ambiental de cada país.
Ainda que cada país possua suas regras, o mercado de carbono pode ser resumido na negociação dos créditos de carbono entre um país ou empresa que os obteve ao reduzir sua emissão de carbono, e um país ou empresa que não conseguiu reduzir a sua própria emissão. Dois mercados distintos estão em vigor:
- Mercado regulamentado
Baseado em regras de cap-and-trade, um sistema que limita as emissões de gases do efeito estufa por meio da precificação. A partir desse limite, as empresas podem comprar e vender créditos.
Cada empresa que opera com regras de cap-and-trade recebem um certo número de créditos de carbono a cada ano. Dessa forma, as instituições que não ultrapassam esse limite ficam com um excedente de créditos.
- Mercado voluntário
Onde empresas interessadas, países ou indivíduos compram créditos de forma voluntária, com o objetivo de compensar as emissões de CO2. Ter esse mercado é opcional, de acordo com a regulamentação vigente em cada país.
Processo de regulação no Brasil
O projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil (PL 412/2022) foi aprovado recentemente no Senado e deve ser encaminhado à Câmara dos Deputados.
A medida estabelece o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), também conhecido como Mercado Regulado de Carbono. Ela deve contribuir com um ambiente favorável que coloque o Brasil como uma liderança global na transição para uma economia verde.
O texto do projeto sofreu mudanças ao longo das aprovações, como o tratamento diferenciado às atividades primárias do setor agropecuário. Essas permanecem ligadas ao mercado voluntário de créditos de carbono.
Tributação das transações no mercado de carbono
A tributação de transações no mercado de carbono varia de acordo com as regras estabelecidas por cada país e a natureza da operação.
No Brasil, ganha relevância a discussão sobre a isenção de impostos na comercialização de créditos de carbono, como medida para estimular investimentos e a adesão de mais empresas a essa prática sustentável.
Ainda assim, definições só devem acontecer com o avanço da discussão que estabelece o mercado regulado de créditos de carbono no país. A legislação ainda evolui para acompanhar as mudanças no cenário mundial.
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