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Mercado espera alta menor de juros nas próximas reuniões do Fed

As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta quinta-feira, após o Federal Reserve sinalizar que poderá desacelerar o aperto monetário

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Fala do presidente do Federal Reserve sinaliza altas menores de juros daqui para a frente | Foto: Getty Images

Apesar do novo aumento de 0,75 ponto porcentual nos juros, declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) trouxeram certo alívio ontem ao mercado financeiro. Jerome Powell afirmou que a política monetária precisa ficar “ao menos moderadamente restritiva”, isto é, precisará chegar a um nível que comprometa a atividade econômica no curto prazo.

O presidente do Federal Reserve não descartou que outro aumento de juros “incomumente alto” possa ser necessário, mas deixou em aberto a possibilidade de moderar o ritmo de altas nas próximas reuniões do Fed.

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Powell afirmou que o ideal é decidir o tamanho da alta das taxas a cada reunião, seguindo os mesmos passos do Banco Central Europeu (BCE) – que abandonou a prática de divulgar uma orientação sobre o futuro da política monetária aos mercados (chamada de forward guidance).

“Vamos tomar decisões reunião por reunião. Achamos que é hora de (decidir o aumento dos juros) em reunião por reunião, e não fornecer o tipo de orientação clara que fornecemos no caminho para os juros neutros (em um nível que não compromete o crescimento da economia)”, afirmou Powell.

Na sua visão, as decisões futuras de política monetária vão depender de dados e da situação da economia dos Estados Unidos, a maior do mundo.

Presidente do Fed não vê risco de recessão nos EUA após alta dos juros

Powell também afirmou que não vê uma recessão nos EUA e que não acha necessário provocar uma para controlar a inflação. Em reação, o índice Dow Jones subiu 1,37%, enquanto o S&P avançou 2,62%.

Pelo monitoramento feito pelo CME Group, o mercado passou a embutir 72% de chances de elevação de 0,50 ponto na reunião de setembro do Fed, ante 28% para 0,75 ponto. Até então, as apostas eram, respectivamente, de 50,7% e 41,2%.

O ING, por exemplo, fala em elevação menor em setembro. O banco lembra, porém, que antes disso haverá dois relatórios de empregos, dois dados de inflação ao consumidor e o simpósio do Fed de Jackson Hole, no qual os dirigentes costumam passar sinalizações importantes sobre os próximos passos da política monetária.

Nesse contexto, o ING disse ver como algo não surpreendente que o Fed “esteja sendo um pouco vago sobre seu forward guidance”. O banco acredita ainda que o encontro de Jackson Hole deve trazer um cenário mais claro. 

Bolsas da Ásia abrem em alta após decisão do Fed

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira, 28, após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sinalizar que poderá desacelerar seu processo de aperto monetário.

O índice acionário japonês Nikkei subiu 0,36% em Tóquio hoje, a 27.815,48 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,82% em Seul, a 2.435,27 pontos. Na China continental, Xangai Composto teve ganho de 0,21%, a 3.282,58 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto se valorizou 0,40%, a 2.203,24 pontos.

Por outro lado, o Hang Seng caiu 0,23% em Hong Kong, a 20.622,68 pontos, e o Taiex recuou 0,20% em Taiwan, a 14.891,90 pontos.

A predominância do tom positivo na Ásia veio um dia após o Fed elevar seus juros em mais 75 pontos-base, como era amplamente esperado, evitando um aumento mais drástico de 100 pontos-base, apesar da disparada da inflação nos EUA. O presidente do Fed, Jerome Powell, ponderou ainda que, provavelmente, será necessário moderar o ritmo de futuras altas de juros.

Em reação ao Fed, as bolsas de Nova York encerraram os negócios de ontem com robustos ganhos.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul nesta quinta-feira, impulsionada por ações financeiras e ligadas a commodities. O S&P/ASX 200 avançou 0,97% em Sydney, a 6.889,70 pontos. (AE)

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