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Mesmo com as incertezas, Selic ainda é um porto seguro, avaliam analistas

Analistas do Safra destacam oportunidades para o próximo ano, no cenário de redução da taxa de juros

Safra Trends

Yuri Alessandro Machado, Ricardo Negreiros, Cauê Pinheiro e Eduardo Yuki analisam o atual cenário para investimentos | Foto: Reprodução/Youtube

Apesar das incertezas macroeconômicas, o próximo ano pode abrir oportunidades nos investimentos em renda variável e em renda fixa, segundo os especialistas que participam do Safra Trends 2023, promovido pelo Banco Safra. Segundo Cauê Pinheiro, analista de Research do Banco Safra, a taxa referencial de juros (Selic) deve entrar no ritmo de queda em 2023, e isso gera oportunidades em ativos de renda variável.

“Hoje, há um grande desconto na Bolsa, a performance é de 7 vezes o lucro, ou 31% da média histórica dos últimos cinco anos, quando era de 10 vezes o lucro ou 6,9%”, disse Pinheiro durante o painel “Selic ainda é um porto seguro”. Segundo Pinheiro, com a possibilidade de corte da Selic em 2023 há muito oportunidade na renda variável, pois, em todo as vezes que os juros entraram em um ciclo de queda ocorreu valorização do Ibovespa.

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“O Ibovespa teve uma valorização média de 90% enquanto a Selic era cortada. A Bolsa representa um bom investimento, e por isso sugerimos alocação em ativos mais defensivos. Empresas de valor que negociam a multiplos mais baixos e conseguiram navegar melhor nesse cenário”, ressaltou. Dentre os setores, Pinheiro ressalta as empresas de utilidades públicas, como de energia, e também de bancos.

Para Yuri Alessandro Machado, da área de Research do Safra, a Selic vai funcionar nos investimentos em renda fixa como um termômetro para a atratividade. “As companhias devem diminuir a atividade em um cenário de aperto monetário, e com isso o risco com a renda variável vai aumentar e há uma migração para ativos mais seguros, como aqueles atrelados ao DI”, disse. “A Selic, dessa forma, é um porto seguro para a renda fixa, pois será atrativa essa ancoragem fiscal em 2023.”

Para o próximo ano, além da expectativa do ciclo de baixa na Selic, o economista-chefe do Safra, Eduardo Yuki, ressaltou que a estimativa do banco é de crescimento econômico, o que ajuda a arrecadação e diminui a dívida pública.

“Estimamos um resultado fiscal primário de 1,3% do PIB, e haverá um aumento de gastos e a volta de receitas como parte PIS/Cofis. Precisamos fazer um superávit de 2% do PIB para reduzir a dívida pública”, disse Yuki. “Mas, haverá algum controle de gastos e também entendemos a volta do crescimento econômico, o que vai ajudar a arrecadação.”

No cenário internacional, Ricardo Negreiros, da Safra Asset, avalia que 2023 ainda inspira cautela, principalmente quando se olha a política monetária dos Estados Unidos. “Temos um cenário mais cais cauteloso com a desaceleração econômica mais forte e um cenário mais negativo para a bolsa americana.”

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