close

MP 1.185: impactos da revisão do incentivo fiscal para investimentos

Relatório temático do Banco Safra destaca setores e empresas mais afetadas pela Medida provisória que revê incentivos fiscais

Incentivos fiscais

Setor de vestuário deve ter maiores perdas de valor de mercado, variando de 24% a 40% | Foto: Getty images

O Banco Safra divulgou relatório sobre os impactos da recém-editada Medida Provisória nº 1.185/2023 (“MP 1.185”), que regulamenta subsídios fiscais (vinculados a incentivos fiscais concedidos por municípios, estados ou pelo governo federal) para investimentos. O documento destaca os setores e as empresas mais prejudicadas.

Considerando o pior cenário, vestuário seria o subsegmento mais impactado, com perdas de valor de mercado variando de 24% a 40% – exceto Lojas Renner, que sofreria um impacto menor, de apenas 11%. No varejo alimentar, o impacto também seria alto: 35% para o Assaí e 32% para o Grupo Mateus. Por último, a Hypera também teria um impacto negativo substancial de até 22% do seu lucro por ação ou capitalização de mercado.

Os menos impactados seriam: Blau (4%), Carrefour Brasil (5%), Raia Drogasil (8%) e Panvel (8%). Vale ressaltar que nem Smart Fit nem Mercado Libre desfrutam de tais benefícios e, consequentemente, não são afetados de forma alguma por esta discussão. O relatório temático Varejo & Farma foi elaborado com base em evento promovido pelo Safra com o escritório Machado Meyer

O que muda com a MP 1.185?

A MP 1.185 revoga a decisão anterior sobre subsídios fiscais para investimentos e estabelece:

  • (i) Escopo – Limitado a novos projetos ou ampliação de instalação existente a partir de agora.
  • (ii) Subsídios – Agora: o incentivo fiscal de ICMS gerará um crédito a ser compensado com imposto de renda (no futuro). Antes: O incentivo era excluído da base do EBT.
  • (iii) Valor – Limitado às despesas de depreciação e amortização do respectivo investimento.
  • (iv) Burocracia – Para usufruir do benefício é necessário cadastro prévio na Receita Federal do Brasil.
  • (v) Prazo – Os subsídios serão concedidos somente até 2028 e, em termos de caixa, levará mais tempo para as empresas monetizá-los, conforme descrito no item (ii).

Contexto e implicações

Outra discussão importante foi a recente decisão proferida pelo Tribunal Federal de Recursos (STJ), em março de 2023, que decidiu que é inconstitucional a cobrança de imposto pelo governo federal sobre créditos concedidos pelos Estados, pois violaria o pacto federativo de reciprocidade. imunidade tributária.

A MP 1.185 entrará em vigor em 1º de janeiro de 2024 e deverá ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias – até 28 de dezembro de 2023.

O Safra acredita que, até então, o assunto deverá ser bastante debatido no Congresso. Por fim, caso a MP 1.185 seja aprovada, o banco espera que as empresas contestem a decisão na Justiça.

Medindo o impacto potencial

Contudo, analisando a própria MP 1.185, haveria um aumento da carga tributária das empresas e da burocracia, mas uma redução no prazo para as empresas utilizarem os subsídios.

Além disso, é difícil estimar os subsídios gerados a partir de investimentos futuros por empresas de varejo e o seu consequente impacto no lucro por ação e, em última análise, no valuation.

Portanto, para medir esse impacto potencial, o Safra realizou uma análise de sensibilidade do valor de mercado atual das empresas de varejo considerando para cada empresa:

  • (i) nossas estimativas para o lucro líquido e o subsídio para 2023;
  • (ii) o múltiplo P/L de 2023;
  • (iii) cenários em que as empresas perderiam de 25% a 100% do subsídio.

Considerando o pior cenário, vestuário seria o subsegmento mais impactado, com impacto negativo máximo no valor de mercado variando de 24% a 40% – exceto Lojas Renner, que sofreria um impacto menor de apenas 11%.

Já para o varejo alimentar, o impacto também seria alto: 35% para o Assaí e 32% para o Grupo Mateus. Por último, a Hypera também teria um impacto negativo substancial de até 22% do seu lucro por ação ou capitalização de mercado.

Os menos impactados seriam: Blau (4%), Carrefour Brasil (5%), Raia Drogasil (8%) e Panvel (8%). Vale ressaltar que nem Smart Fit nem Mercado Libre desfrutam de tais benefícios e, consequentemente, não são afetados de forma alguma por esta discussão.

Abra sua conta no Banco Safra.

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra