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O que é e como é feito o Diamante do Céu

Empresa britânica cria pedras a partir de gás carbônico retirado da atmosfera e aquecido com energia solar e eólica

Diamante do Céu

O gás sequestrado é liquefeito, purificado e mantido em alta temperatura por semanas | Foto: Divulgação

Os diamantes de laboratório estão se tornando opções cada vez mais próximas das pedras naturais. Além de substituir a mineração, as pesquisas no desenvolvimento das gemas artificiais agora também sequestram carbono da atmosfera. É o caso do Diamante do Céu, da empresa britânica Ecotricity.

Foram necessários cinco anos de pesquisa para criar e aperfeiçoar o processo de transformação do carbono atmosférico em diamantes reais. “Ao criar este método, estabelecemos um novo padrão industrial, adequado para o século 21. O ar que colocamos de volta na atmosfera é mais limpo do que o ar que retiramos”, afirma Dale Vince, fundador da Ecotricity, em comunicado.

O processo, explica ele, usa uma instalação de mineração aérea para extrair carbono da atmosfera. A energia necessária para transformação do gás em nas pedras é obtida de fontes eólica e solar. A água da chuva coletada também é reaproveitada no processo.

Vince, que é fundador da empresa de carregadores para carros Electric Highway, teve a ideia do Diamante do Céu (Skydiamond) quando pensava em uma maneira de remover o CO2 da atmosfera em escala planetária e armazená-lo de maneira permanente. Um diamante é a forma definitiva de carbono, que leva milhares de anos para se formar naturalmente.

“Estamos usando a tecnologia para fazer coisas que as pessoas desejam em um processo que respeita o meio ambiente. Vamos além do carbono neutro para o carbono negativo, mas não por meio da compensação, por meio do design. É outra maneira de fazer as coisas, adequadas para os tempos em que vivemos – uma evolução da indústria”, escreve o empresário. Dale também é presidente do Forest Green Rovers, Gloucestershire, time de futebol com certificação neutra de carbono pela ONU.

“A mineração de diamantes hoje é inerentemente poluente. Não pode ser melhorado, ele precisa ser substituído. Nossos diamantes de alta qualidade farão isso”, afirma. As gemas criadas pela empresa de Dale são certificadas pelo International Gemological Institute (IGI).

Dale Vince, founder of Skydiamond, with wind turbine in the background
Dale Vince, fundador da Ecotricity | Foto: Divulgação

Os diamantes demoram algumas semanas para ficarem prontos. “Toda a lista de ingredientes vem do céu e não é apenas carbono baixo ou zero, é carbono negativo nesse aspecto, porque estamos prendendo o carbono atmosférico na forma mais permanente de carbono que conhecemos, o diamante”, disse Vince.

Como é feito o Diamante do Céu

Para fabricas as pedras, o CO2 da atmosfera é liquefeito para a purificação. “Com o CO2 removido, o ar liberado de volta para a atmosfera é mais limpo do que o encontramos”, afirma Dale.

Cada quilate de diamante extraído tem uma pegada de mais de 100 kg de CO2 e mais de 500 kg de gases de efeito estufa no total. Em contraste, um Diamante do Céu de um quilate tem uma pegada de menos 4g de CO2.

“Pegamos a água da chuva e a dividimos em oxigênio e hidrogênio usando eletrólise – movida pelo vento e pelo Sol. Em seguida, combinamos esses gases para criar metano, que injetamos em nossas fábricas de diamantes”, explica ele.

Os “diamantes celestes” são cultivados em sementes minúsculas dentro de uma esfera de plasma a 1.000 graus Celsius, aproximadamente a temperatura da camada externa do Sol.

Cada quilate de diamante extraído do céu consome pouco mais de 40 kWh de energia para ser produzido, o equivalente ao consumo médio de uma residência britânica em três dias. Menos da metade da energia normalmente necessária para minerar uma pedra usando combustíveis fósseis.

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