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Ouro teve valorização de 56% no ano

Investimento considerado seguro em tempos de crise, o ouro liderou ganhos, mas para 2021 analistas apostam em renda variável

Barras de ouro

Em dólar, a valorização do ouro chegou a 23% no ano em meio à turbulência causada pela covid-19 / Foto: Getty Images

O investidor brasileiro deverá voltar a ter nas aplicações em renda variável uma de suas principais escolhas para buscar rendimentos mais elevados no ano que se inicia. É um bom caminho, conforme as projeções do time de analistas do Banco Safra: na visão deles, o Ibovespa pode ir a 131 mil pontos neste ano. As ações, assim, trarão boas oportunidades de novos ganhos.

Uma das razões em favor desse cenário é o fato de, em dólar, o Ibovespa continuar negativo em 20%, apesar de em número de pontos ter fechado o ano com aumento próximo de 3%. Essa diferença pode atrair ainda mais a atenção do investidor estrangeiro, que voltou a por dinheiro na Bolsa brasileira nos últimos tempos.

O IGP-M, que refletiu o avanço do dólar no período, subiu 23,1%. A desvalorização do real frente à moeda americana ficou acima da de outras moedas emergentes e deixou o Brasil barato em dólar. A moeda americana terminou o último pregão do ano cotada em R$ 5,18.

Já os investimentos ligados aos juros ficaram na lanterna. Os fundos DI, considerados mais conservadores e que acompanham de perto a taxa básica de juros, ficaram na penúltima colocação do ranking, com um ganho médio de 2,31%; e os de renda fixa, 2,37%. Quem investiu na poupança viu o dinheiro perder 2,2% do poder de compra.

Atualmente, a taxa Selic está em 2% ao ano. A expectativa é que ela possa subir um pouco no ano que vem, mas ainda assim haverá necessidade de buscar outras formas de aplicação se o investidor quiser um retorno maior.

Saiba mais sobre o que fazer com o dinheiro no novo ano lendo: 21 links para escolher os melhores investimentos em 2021.

Ouro, dólar e euro lideraram ganhos

No ano em que a pandemia do novo coronavírus assombrou o mercado mundial, o ouro – considerado um porto seguro para momentos de turbulência no mercado – liderou o ranking dos investimentos de 2020 no País, com valorização de 55,9%.

O ativo foi acompanhado pelo euro e o dólar, que renderam 41,9% e 29,3%, respectivamente.

Os investimentos defensivos ficaram no topo do ranking em 2020, conforme análise da Central de Conteúdo do Banco Safra. Em dólar, a valorização do ouro chegou a 23%.

A tradicional caderneta de poupança ficou na lanterninha do ranking, com ganho de apenas 2,1% no ano, segundo cálculos do administrador de investimentos Fabio Colombo.

O Ibovespa, principal índice da B3, por pouco não terminou como a pior aplicação de 2020, num cenário completamente contrário ao do início do ano.

Em janeiro de 2020, o mercado acionário era visto como uma das principais alternativas de investimentos por causa do intenso movimento de diversificação de portfólio do brasileiro. Com os juros em queda, era preciso migrar da renda fixa para ativos de maior risco, como a Bolsa.

Mas a pandemia pegou o investidor local no contrapé, no meio dessa migração. Por várias vezes, a Bolsa teve de acionar o chamado circuit breaker, um mecanismo que paralisa as operações quando o Ibovespa cai mais de 10% no dia.

Relembre 5 pregões que deixaram lições importantes em 2020.

“Passamos março, abril e maio em pânico, com uma forte pressão sobre câmbio e Bolsa, e os investidores correndo para ativos mais seguros”, diz o economista da Tendências Consultoria Integrada, Silvio Campos Neto.

Segundo ele, conforme os auxílios emergenciais foram sendo anunciados mundo afora, esse pânico foi sendo dissipado. “Esses pacotes foram fundamentais para dar suporte às economias e ajudaram na retomada dos ativos de risco.”

Mas foi apenas no último trimestre que o Ibovespa conseguiu ter mais fôlego para sair do terreno negativo e recuperar as perdas do ano.

Com o início da vacinação em alguns países, o investidor estrangeiro se sentiu um pouco mais confortável para voltar aos países emergentes. De novembro até a última semana do ano, o saldo foi positivo em cerca de R$ 43 bilhões.

Nesse cenário, a bolsa brasileira fechou o pregão da quarta-feira, 30, com alta de 2,92% no ano, em 119.017 pontos, depois de esbarrar na máxima histórica de 119.527 pontos de janeiro.

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