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Para Guedes, inflação está no pior momento, mas volta à meta em 2022

Com o IPCA a 9,68% ao ano, ministro Paulo Guedes diz que o País enfrenta o pior momento da inflação, mas garante que ela volta à meta em 2022

Paulo Guedes

Maior influência no índice geral veio de Alimentação e bebidas, com crescimento de 0,72% | Foto: Getty Images

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Brasil atualmente passa pelo pior momento de inflação, mas que deve terminar o ano entre 7,5% e 8%, voltando ao teto da meta de inflação em 2022, se aproximando de 4%.

Um dia depois da divulgação da maior inflação para agosto desde 2000, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Guedes, em evento do Credit Suisse, comentou sobre a independência formal do Banco Central, que tem o objetivo de controlar a “inflação transitória”.

Em agosto o IPCA foi de 0,87%, inferior ao de julho, de 0,96%.

O ministro disse que a outra parte do trabalho de controle da inflação será feita pelo Ministério da Economia, que tem lutado uma batalha diária a favor do compromisso fiscal. “Acho que vamos ser bem-sucedidos em conter a inflação. Também temos gatilhos fiscais em todos os entes federativos.”

O ministro ainda destacou que sua equipe foi bem sucedida em não transformar os gastos transitórios com a pandemia de covid-19 em permanentes, citando que os gastos em proporção do PIB devem terminar o governo em 17,5%, aquém do início da administração Bolsonaro.

Quanto ao déficit primário em relação ao PIB, Guedes repetiu que deve terminar este ano em 1,5% e 2022 em 0,3% ou “até mesmo zero”.

Guedes citou a criação de empregos formais e que os informais estão voltando com a vacinação.

Guedes afirma acreditar no avanço das reformas

Um dia depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, divulgar uma nota em que recuou de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Economia, Paulo Guedes, apostou suas fichas na pacificação do país e na continuidade das discussões de reformas.

“A iniciativa do presidente Jair Bolsonaro ontem colocou tudo de volta aos trilhos”, afirmou Guedes.

De acordo com o ministro, a manifestação divulgada na quinta-feira deixou claro que Bolsonaro está jogando dentro das regras e que qualquer excesso verbal foi um “mal entendido”.

“O presidente não sinalizou em nenhum momento que descumpriria as regras democráticas. Nosso presidente merece respeito, ganhou a eleição com mais de 60 milhões de votos”, afirmou. “Nunca aposte contra a democracia brasileira, vamos sempre surpreender.”

Ruído político pesa na inflação

Guedes disse ainda confiar na cooperação do Congresso e do STF e disse que já tinha reuniões agendadas com os presidente da Corte, da Câmara e do Senado quando as “celebrações” do dia 7 de setembro “causaram grande ruído político”.

O ministro minimizou o discurso antidemocrático e os ataques ao Supremo Tribunal Federal de Bolsonaro. Ainda comentou sobre a Carta à Nação do presidente da República e disse que foi uma declaração contra qualquer mal entendido para esclarecer que não estava convocando ninguém contra o STF, o Congresso ou qualquer Poder Constituído. “O presidente pode ter ultrapassado os limites no discurso, mas não nos atos.”

Guedes também disse que as pessoas são humanas, cometem erros e às vezes ultrapassam “seu território”, mas a beleza do Brasil é de que quando isso ocorre outro Poder reage e todos voltam a seus lugares.

O ministro reconheceu que o nível de ruído está alto atualmente no Brasil, mas disse que o que ocorreu nos últimos dias foi a manifestação pacífica de milhões de pessoas e a celebração da democracia.

Segundo o ministro, a população que foi às ruas nos protestos a favor do presidente estavam pedindo pela liberdade de expressão e manifestando que “há pessoas na prisão por criticar o STF”, em referências aos inquéritos de fake news. Mas negou que manifestações sejam por violência ou contra a democracia.

“Pessoas manifestam sua opinião sobre Poderes, outra coisa é convocar violência contra Poderes”, disse, citando também que houve muito ruído eleitoral nos EUA.

Ministro fala em desaceleração após crescimento em ‘V’

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que é esperada uma desaceleração do crescimento após a recuperação em ‘V’ da economia, mas que está confiante de que as reformas estruturais vão garantir um crescimento robusto para 2022.

Segundo o ministro, a economia brasileira está passando por uma transição gradual do crescimento baseado no consumo, que contou com a ajuda das transferências governamentais, para um crescimento sustentável guiado pelos investimentos.

“Estamos lutando pelo crescimento sustentável guiado pelo investimento”, afirmou Guedes. (AE)

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