close

Petróleo sobe 7% desde janeiro, mas termina 2022 abaixo de US$ 100 o barril

O barril de petróleo do tipo Brent termina o ano cotado a US$ 85,99 o barril, mas chegou a valer mais de US$ 120 no início da guerra

Plataforma de Petróleo

Para 2023, a expectativa é de que os preços do petróleo caiam com a diminuição da demanda mundial | Foto: Divulgação

Os contratos de petróleo, apesar de subirem menos que a esperado no início deste ano, devem fechar 2022 com ganhos. O Brent, o referência mundial, encerra o ano com valorização em torno de 7%.

Notícias de novos surtos da covid-19 na China levaram diversos países a voltar a impor restrições a viajantes vindos do país. Na quarta, o governo chinês anunciou que deixará de fazer testes para rastrear a doença em alimentos importados, na mais recente medida de relaxamento no combate ao vírus no país. O rali nos últimos dias do ano levou os preços a perto de US$ 80 o barril.

Saiba mais 

“A incerteza em relação às perspectivas para a China lutando contra a covid-19, bem como o olho por olho entre o Ocidente e a Rússia sobre o petróleo, está derrubando os preços. Certamente, 2023 promete muitas surpresas e reviravoltas”, diz Craig Erlam, analista da Oanda em uma nota.

As estimativas eram de cotação em torno dos US$ 100 o barril. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, os preços dispararam, mas ao longo de 2022, com a inflação galopante nas principais economias e a elevação dos juros, a demanda caiu e conteve os preços. No início de dezembro, a cotação do barril do petróleo tipo Brent caiu cerca de 10%, no maior tombo desde agosto.

Nos Estados Unidos, os estoques de petróleo tiveram alta de 718 mil barris, a 418,952 milhões de barris, na semana encerrada em 23 de dezembro, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. Analistas consultados pelo The Wall Street Journal esperavam queda de 700 mil barris. 

Preço do Petróleo pode cair 6% em 2023

Para 2023, o Banco Safra estima que a curva de cotação do barril do Brent deve recuar 6%. Um dos motivos para a desaceleração é a inflação elevada, que deve exigir a continuidade do aperto nos juros e, com isso, a economia mundial enfrentar recessão.

Segundo o Safra, nos EUA, as últimas leituras mais brandas de inflação possibilitam uma redução no ritmo de ajuste de juros, mas o mercado de trabalho aquecido deve fazer com que o ciclo de alta nos juros se prolongue e eleve a taxa para o patamar entre 5% e 5,25%. Neste cenário, a economia americana deverá apresentar retração de 0,5% em 2023.

“O aperto monetário necessário para levar a inflação na Europa e nos EUA para o centro da meta vai reduzir a atividade econômica desses países em 2023. Adicionalmente, o contínuo enfraquecimento do mercado imobiliário chinês e o novo surto de Covid devem atrapalhar a recuperação da atividade no país. Tal cenário deve levar a uma pressão sobre o preço das commodities”, analisa o Safra em relatório.

Marcelo de Assis, da Wood Mackenzie, acredita que o barril do petróleo tipo Brent deve chegar a US$ 90 em 2023, pois as condições econômicas no mundo permanecem as mesmas deste ano. “Tivemos muita volatilidade em 2022, em razão da guerra, o aumento da Covid na China e a recessão no mundo. Em 2023, as economias estão enfrentando juros altos para combater inflação que pode ocasionar recessão em alguns países”, disse Assis. (Com AE)

Abra sua conta

CTA Padrão CTA Padrão

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra