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Petróleo segue em alta com tensões no oriente Médio

Ontem o Ibovespa apresentou queda de -0,46% no último pregão, cotado a 130.841,09 pontos. O ativo está em tendência de alta no médio prazo

O Dólar Futuro apresentou queda de -0,27% no último pregão, cotado a 4.905,50 pontos

O preço do petróleo apresenta alta com persistência de tensões no Oriente Médio (USD78,0/b; +1,59%). O minério de ferro registra recuperação parcial após sequência de quedas (USD134,3/t; +1,07%).

Análise Técnica:

Ontem o Ibovespa apresentou queda de -0,46% no último pregão, cotado a 130.841,09 pontos. O ativo está em tendência de alta no médio prazo e neutra no curto. Na alta, o ativo possui primeira resistência em 135.000 pontos. Do lado da baixa, o primeiro suporte se encontra na região de 130.500. O próximo fica na faixa de 128.250 pontos.

O Dólar Futuro apresentou queda de -0,27% no último pregão, cotado a 4.905,50 pontos. O ativo se encontra em tendência neutra no médio e no curto prazo. Do lado da baixa, o primeiro suporte fica na região de 4.820 pontos. Se perder esse patamar, poderá alcançar o suporte seguinte em 4.745. Já do lado da alta, a primeira resistência do contrato fica na região de 4.990 e a segunda em 5.110.

Exterior:

Bolsas no exterior e futuros nos EUA apresentam movimento positivo antes de divulgação de CPI nos EUA. Expectativa de consenso de mercado para o indicador de inflação aponta para uma alta de 0,2% na comparação mensal e espera-se que o núcleo da inflação em termos anuais caia para +3,8% (de 4% em novembro). O dia contará com a divulgação de dado de pedidos de auxílio desemprego nos EUA, fala de dois dirigentes do Fed, que poderiam dar indicações de política monetária após a divulgação do dado de inflação e, na parte da noite, China anunciará dados de inflação (PPI e CPI) e de balança comercial.

Doméstico:

IPCA de dezembro será anunciado no início do dia e deve mostrar alta de 0,5% na comparação mensal com impulso de preços de alimentos. A estimativa de consenso de mercado aponta para alta de 4,55% para o indicador em termos anuais. Segundo secretário da Fazenda, Dario Durigan, Rodrigo Pacheco e Fernando Hadad terão conversa sobre a MP da reoneração na próxima semana, após férias do Ministro da Fazenda.

Empresas:

Banrisul: Ação elevada a neutra por Grupo Santander;

AES Brasil: Ação rebaixada a neutra por XP Investimentos

Vibra: Cia e Inpasa assinam MoU para estudos sobre metanol verde

Agenda do Dia:

09:00 – Brasil – IPCA/Dezembro

10:30 – EUA – CPI/Dezembro

10:30 – EUA – Pedidos de Auxílio desemprego/Semanal

22:30 – China – CPI e PPI/Dezembro

Fechamento dia anterior

Ibovespa: 130.841 (-0,46%)

S&P: 4.783 (+0,57%)

Dólar Futuro: R$4,91 (-0,27%)

Atualizações Safra:

Autopeças: dados mensais da Anfavea

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou os números de produção de veículos para dezembro em 171,6 mil unidades (-10,4% A/a e -15,3% M/m), seguindo números fracos para automóveis de passageiros, caminhões e ônibus. Em 2023, a produção de veículos atingiu 2,32 milhões de unidades, uma queda de -1,9% A/A.

Analisando por segmento, destacamos: (i) a produção de automóveis de passageiros atingiu 129,6 mil unidades (-13,3% A/a, -16,7% M/m e -2,3% em 2023 vs. 2022); (ii) a produção de veículos comerciais leves atingiu 32,5 mil unidades (+26,9% A/a, -7,8% M/m e +20,0% em 2023 vs. 2022); (iii) a produção de caminhões atingiu 8,3 mil unidades (-43,2% A/a, -17,2% M/m e -37,9% em 2023 vs. 2022); e (iv) a produção de ônibus atingiu 1,3 mil unidades (-32,3% A/a, -33,3% M/m e -35,2% em 2023 vs. 2022). Segundo a Anfavea, os números tímidos de veículos leves e comerciais em 2023 podem ser explicados pela queda de 17% nas exportações, sendo o México o principal destino dos produtos brasileiros com participação de 32% (ante 18% em 2022) – superando a Argentina em pela primeira vez – e um aumento de 29% nas importações em relação ao ano anterior. Os veículos pesados, por outro lado, sofreram com custos mais elevados relacionados com a mudança de tecnologia para motores Euro 6. Por fim, a Anfavea continua positiva em relação ao setor automotivo e reforçou sua orientação de produção para 2024 de 2,47 milhões de unidades.

Alimentos e Bebidas — O ciclo do gado no Brasil está prestes a se reverter e pressionar os spreads da carne bovina mais cedo do que o esperado

Vemos uma alta probabilidade de a atual fase de liquidação terminar em meados de 2024. Acreditamos que a visão consensual é que o ciclo da pecuária no Brasil deve permanecer na atual fase de liquidação pelo menos até o final de 2024, significando uma oferta confortável de gado para abate e, consequentemente, nenhuma pressão de custos para os frigoríficos de carne bovina. No entanto, a nossa análise da dinâmica do ciclo atual aponta para uma provável duração mais curta da fase atual e uma inversão do ciclo já em meados de 2024. Isso deve levar a uma surpresa negativa nos custos do gado e a margens potencialmente mais baixas para os frigoríficos de carne bovina no Brasil. Embora o impacto do ciclo do gado nos resultados das empresas seja muito menos previsível do que nos preços do gado, acreditamos que o mercado presta muita atenção ao ciclo e pode reagir negativamente caso uma reversão mais cedo se concretize, o que poderá pesar sobre as ações da Minerva (BEEF3 , Neutro) devido à sua maior exposição à carne bovina brasileira – 57% do EBITDA vs. 11% da JBS, 14% da Marfrig (consolidando proporcionalmente sua participação de 50% na BRF) e zero da BRF.

O ciclo do gado no Brasil está prestes a se reverter. O rebanho bovino de um país e, mais importante ainda, o número de animais enviados para matadouros, oscilam ao longo do tempo devido a mudanças na taxa de abate de vacas (aqui significando todas as fêmeas bovinas, incluindo novilhas). Quanto maior for a taxa de abate de vacas, maior será a disponibilidade imediata de gado para abate. A taxa de abate de vacas vem aumentando no Brasil desde o 3T21, e acreditamos que o pico deverá ser alcançado nos próximos 2 trimestres (2T24). A partir daí, os pecuaristas provavelmente estarão inclinados a reter vacas a fim de aumentar a criação de bezerros devido aos melhores preços dos bezerros em relação ao gado magro.

A menor disponibilidade de gado provavelmente terá impacto nos custos. A partir do ponto em que a taxa de abate de vacas atinge o pico, a disponibilidade de gado diminui e tende a pressionar os preços do gado. Existem vários outros fatores que influenciam os preços do gado, mas o número de vacas enviadas para abate é certamente um dos mais importantes. Como o gado representa cerca de 80% do CPV de um frigorífico, esta variável é altamente relevante na determinação dos lucros de uma empresa. Nas fases anteriores de expansão do ciclo do gado no Brasil, os preços do gado aumentaram 78% em média, enquanto nas fases de liquidação anteriores os preços do gado permaneceram estáveis, em média.

Os preços da carne bovina deverão subir, mas os spreads provavelmente dependerão de uma melhora na demanda global. O ciclo do gado é um determinante chave dos custos do gado e frequentemente também impulsiona os preços da carne bovina. No entanto, o equilíbrio entre oferta e procura é um fator-chave na determinação dos spreads de carne bovina (ou seja, a diferença entre o que os frigoríficos ganham pela carne produzida e quanto pagam pelo gado vivo). Na nossa opinião, o cenário mais provável é que os spreads diminuam durante uma fase de expansão, como tem acontecido historicamente. No entanto, a melhoria da procura na China, por exemplo, ou maiores volumes de exportação para os EUA (uma vez que a produção de carne bovina está a cair devido à dinâmica do ciclo do gado nos EUA) poderiam compensar o impacto do aumento dos preços do gado nos spreads e margens dos frigoríficos de carne bovina. Além disso, obter uma margem mais baixa com receitas mais elevadas não é necessariamente uma coisa ruim para os frigoríficos de carne bovina, tal como obter uma margem mais elevada com receitas mais baixas (como em 2023) não é necessariamente uma coisa boa. O impacto final sobre os rendimentos dos frigoríficos de carne bovina tem historicamente variado mais e tem sido menos previsível do que o impacto do ciclo sobre os preços do gado. No entanto, vemos evidências de que os spreads e margens da carne bovina sofrem durante as fases de expansão, e a Minerva é a ação mais exposta à carne bovina brasileira – 57% do EBITDA vs. 11% da JBS, 14% da Marfrig (consolidando proporcionalmente sua participação de 50% na BRF) e zero para BRF.

CCR: Bom desempenho operacional em dezembro

A CCR divulgou seus resultados operacionais referentes a dezembro de 2023. Destacamos: (i) o tráfego comparável das rodovias aumentou 7,4% A/a, enquanto o tráfego total (considerando NovaDutra e RioSP) aumentou 6,4% A/a; (ii) o tráfego comparável das operações de mobilidade aumentou 8,1% A/a, enquanto o tráfego total (considerando as Linhas 8 e 9) aumentou 5,5% A/a; e (iii) o tráfego comparável dos aeroportos aumentou 11,4% A/a, enquanto o tráfego total (considerando os Blocos Sul e Central) cresceu 9,6% A/a.

Vemos esta notícia como positiva para a CCR. O tráfego comparável de suas rodovias, ajustado para o trimestre, ficou 5,9% acima da nossa estimativa, enquanto o tráfego total ficou 5,2% acima da nossa previsão. Quanto às concessões de mobilidade urbana, o tráfego comparável, ajustado pelo trimestre, ficou 9,4% abaixo da nossa estimativa, enquanto o tráfego total ficou 10,2% abaixo da nossa previsão. Mantemos nossa classificação de Compra para CCR. As ações da empresa estão sendo negociadas com TIR real de 9,3%, +390bps acima dos títulos brasileiros indexados à inflação de 10 anos.

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