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Petróleo e ouro caem com expectativa sobre juros

Na semana em que o Federal Reserve decide sobre os juros nos Estados Unidos, as cotações do ouro e do petróleo refletem a cautela do mercado

Petróleo

Contratos futuros de petróleo fecharam em baixa às vésperas da decisão do Federal Reserve sobre juros | Foto: Getty Images

Os contratos futuros mais líquidos do petróleo fecharam em baixa na sessão desta segunda-feira, pressionados pela valorização do dólar ante rivais e com investidores cautelosos no aguardo da decisão de juros dos bancos centrais das principais economias. A cotação internacional do ouro também fechou em queda pelo mesmo motivo.

Nesta quarta-feira, o Conselho de Política Monetária do Banco Central reúne-se para decidir sobre as taxas de juros no Brasil. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve também vai decidir sobre o rumo dos juros para conter a inflação.

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Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março de 2023 fechou em queda de 2,23% (US$ 1,78), a US$ 77,90 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 2,20% (US$ 1,90), a US$ 84,50 o barril.

Para Edward Moya, da Oanda, os preços de petróleo estão caindo à medida que os riscos para as perspectivas globais se tornam maiores. “A economia da China não está se recuperando, os temores de recessão global estão voltando depois que a inflação subiu inesperadamente na Espanha e os investidores permanecem cautelosos antes de uma semana movimentada de decisões do banco central e temporada de pico de ganhos”.

O economista acrescenta, em relatório para clientes, que os investidores de energia também estão no aguardo da reunião desta semana da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que poderá manter a produção estável.

Já na visão do ING, os investidores estão focados na próxima alta de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). Segundo análise, a previsão é que os BCs aumentem em 25 pontos-base (pb), no caso do BC americano, e de 50 pb, no caso dos BCs europeus.

Em relatório divulgado nesta segunda, a BP reduziu sua perspectiva de demanda pela commodity a longo prazo, visto que a guerra da Ucrânia vem motivando uma busca por fontes de energia renováveis. A empresa também cortou sua previsão de demanda de petróleo em 2035 em 5%, em relação ao relatório do ano passado.

Ainda no radar, está também o ataque de drones no Irã de domingo que, segundo o Goldman Sachs, não deve causar riscos para o suprimento global de petróleo, pelo menos por enquanto. Ainda, com o foco no Ocidente por evitar alta nos preços de energia, é improvável que ataques do gênero ocorram novamente, indica o grupo financeiro.

Expectativa sobre juros afeta cotação do ouro

O contrato futuro de ouro mais líquido fechou em queda nesta segunda-feira, 30, em meio ao avanço dos juros dos Treasuries e à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), na próxima quarta-feira.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para abril encerrou a sessão em baixa de 0,33%, a US$ 1.939,20 a onça-troy.

O metal precioso vem de um período de significativa valorização e chegou a operar nos maiores níveis desde abril do ano passado nos últimos dias. O movimento reflete os temores de que as principais economias do planeta entrem em um quadro de recessão, o que tende a favorecer a busca por segurança.

Segundo a Heraeus Precious Metals, a decisão do Fed, nesta semana, será importante para ditar um direcionamento ao ouro. O mercado consolidou aposta quase universal por uma alta de 25 pontos-base nos juros, que seria uma desaceleração no ritmo de aperto monetário após as elevações de 50 pontos-base em dezembro e de 75 pontos-base em novembro.

“Um Fed menos hawkish provavelmente levará a um dólar mais fraco, o que sustentaria os preços do ouro para cima”, avalia a Heraeus, acrescentando que uma alta surpresa de meio porcentual provavelmente estimularia a alta do dólar e pressionaria o ouro.

O UBS, por sua vez, acredita que o metal precioso será apoiado pelo aumento da demanda de fundos negociados em bolsa (ETF, na sigla em inglês), o enfraquecimento da moeda norte-americana e os riscos de recessão.

O banco elevou o preço-alvo do ouro para março, de US$ 1.750 a onça-troy a US$ 1.950, e para o final do ano, de US$ 1.850 a US$ 2.100. (AE)

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