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Dólar sobe e Ibovespa perde força com piora do cenário fiscal

Governo federal eleva projeção para o déficit primário do governo central deste ano, de R$ 141,4 bilhões para R$ 177,4 bilhões, e mercado reage

Piora fiscal

Dólar comercial abandonou a estabilidade e passou a subir até o nível de R$ 4,91 após revisão das contas públicas | Foto: Getty Images

Os ativos domésticos reagiram negativamente ao relatório bimestral de receitas e despesas, divulgado hoje, que mostrou uma piora nas expectativas fiscais deste ano. O dólar subiu às máximas do dia, enquanto o Ibovespa desacelerou a alta. Já no mercado de juros futuros, mais sensível às questões fiscais, as taxas futuras se afastaram das mínimas do dia, mas se mantiveram com viés de queda ao longo de toda a curva.

O governo federal revisou nesta quarta-feira a sua projeção para o déficit primário do governo central deste ano, de R$ 141,4 bilhões para R$ 177,4 bilhões, considerando a metodologia “acima da linha”. Pela metodologia “abaixo da linha”, a projeção de déficit foi para R$ 203,4 bilhões.

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A Lei de Diretrizes Orçamentária deste ano admite um déficit de até R$ 213,6 bilhões, o equivalente a 2,0% do Produto Interno Bruto (PIB). Os números levam em conta Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central (BC).

Os dados fazem parte do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas relativo ao quinto bimestre deste ano, divulgado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento.

A estimativa de receitas primárias em 2023 caiu R$ 13 bilhões, para R$ 2,359 trilhões, na comparação com o relatório anterior. Por sua vez, a estimativa para as receitas líquidas caiu R$ 14 bilhões, para R$ 1,900 trilhão.

Já a previsão para as despesas primárias subiu R$ 21,9 bilhões, para R$ 2,077 trilhões. A estimativa para as despesas obrigatórias subiu R$ 19,3 bilhões, para R$ 1,880 trilhão. Por sua vez, a projeção para as despesas discricionárias (aquelas que podem ser cortadas livremente, como investimentos) subiu R$ 2,6 bilhões, para R$ 197,1 bilhões.

De acordo com o Ministério do Planejamento e Orçamento, o déficit fiscal previsto para este ano passou de R$ 141,4 bilhões para R$ 177,4 bilhões. A previsão de receitas primárias para este ano caiu R$ 13 bilhões em relação ao relatório anterior, enquanto a previsão de despesas primárias aumentou R$ 21,9 bilhões. “Foi 99% isso e, ainda, estamos vendo as taxas dos Treasuries abrindo [subindo]”, aponta o trader de renda fixa de uma instituição financeira.

Mercado reage à piora fiscal

O Ibovespa, que subia para um patamar acima dos 126 mil pontos e chegou a se aproximar dos 127 mil na máxima do dia, reduziu o ritmo de alta. Há pouco, por volta de15h, o índice avançava 0,27%, aos 125.960 pontos, após mínima intradiária de 125.626 pontos.

A redução no ritmo de queda dos juros futuros locais pressionou para baixo ações mais sensíveis a essas taxas. O índice de small caps, que chegou a subir cerca de 1% durante o pregão, operava em alta de 0,37%. No mercado de juros, a taxa do DI para janeiro de 2029 caía de 10,83% para 10,74%, após ter ido a 10,66% na mínima do dia.

Já o dólar comercial abandonou a estabilidade que apresentava desde a abertura e passou a subir até o nível de R$ 4,91 nas máximas do dia. Por volta das 15h, subia 0,11%, aos R$ 4,9033. Já o contrato futuro para dezembro da moeda americana avançava 0,10%, a R$ 4,9070. (Valor Econômico)

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