Presidente da Ucrânia diz esperar invasão russa na quarta-feira
Presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, promete um dia nacional de união na data em que a Rússia prepara invasão do país
14/02/2022O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que foi avisado de que a Rússia atacará o país na próxima quarta-feira, dia 16. “Dizem-nos que 16 de fevereiro será o dia do ataque. Vamos fazer dele um dia de união. O decreto já foi assinado. Neste dia, vamos hastear bandeiras nacionais, colocar fitas azuis e amarelas e mostrar ao mundo a nossa unidade”, disse o presidente, em pronunciamento à população ucraniana.
A declaração do presidente ucraniano foi feita em vídeo publicado no seu perfil oficial do Facebook. “Estamos intimidados com uma grande guerra e definimos mais uma vez a data da invasão militar. Esta não é a primeira vez. Mas nosso estado está mais forte hoje do que nunca”, afirmou.
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A notícia vem horas depois do ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmar que uma saída diplomática ainda é possível. Zelensky ainda disse mais cedo, segundo relatos da imprensa europeia, que não esperava uma invasão russa em breve, e reiterou sua intenção de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), iniciativa a qual os russos são contrários.
No pronunciamento, Zelensky ressaltou que os ucranianos querem resolver o conflito de forma pacífica e através de negociações. Ao mesmo tempo, ele ressaltou que o exército do país está mais bem equipado e preparado para uma guerra armada do que estava em 2014, quando a Rússia tomou a região da Crimeia.
Estados Unidos decide fechar embaixada na Ucrânia
Os Estados Unidos estão fechando sua embaixada na capital ucraniana, Kiev, e realocando suas operações para 340 milhas cerca de 548 quilômetros a oeste, para Lviv (também conhecida como Lemberga), próxima à fronteira com a Polônia. A movimentação se dá à medida que aliados dos americanos alertam para um ataque iminente da Rússia contra a Ucrânia.
Como parte da estratégia, o Departamento do Estado dos EUA ordenou a destruição de equipamentos de rede e estações de trabalho de computadores e o desmantelamento do sistema telefônico da embaixada, de acordo com autoridades norte-americanas familiarizadas com o assunto e comunicações internas analisadas pelo The Wall Street Journal. Esses movimentos tornam a embaixada de Kiev inoperante como uma instalação diplomática.
Ontem, 56 funcionários da embaixada e materiais confidenciais chegaram ao Aeroporto Internacional Dulles, perto de Washington, de acordo com as comunicações internas.
O Departamento de Estado disse que adotou todas as precauções necessárias para proteger materiais classificados como parte da retirada.
Um dia antes, a embaixada dos EUA em Kiev afirmou que a maioria de seus diplomatas recebeu ordens de deixar a Ucrânia em meio à ameaça de um ataque russo. Apenas um grupo central de diplomatas ficaria em Lviv. Um alto funcionário dos EUA disse, no entanto, que a embaixada permaneceria aberta em Kiev e que o Departamento de Estado não estava suspendendo suas operações no local.
O secretário de Estado, Antony Blinken, conversou hoje com seu homologo ucraniano, Dmytro Kuleba, e garantiu que os EUA continuam comprometidos com a estabilidade econômica e a segurança de longo prazo da Ucrânia. (AE)