Reservas internacionais do Brasil crescem 9,34% e chegam a US$ 355 bilhões
Volume de reservas volta a crescer e alcança o maior valor desde março do ano passado, melhorando a posição do Brasil frente a outros emergentes
31/01/2024As reservas internacionais do Brasil fecharam 2023 em US$ 355 bilhões, 9,34% acima do ano de 2022. Trata-se do melhor resultado desde março do ano passado. O movimento das reservas do Brasil registrou queda de 13% ao longo do governo passado.
A alta foi puxada pelo fluxo cambial positivo – o maior desde 2012, com entrada líquida de US$ 11,49 bilhões. Além disso, também contribuiu a receita obtida com juros dos títulos onda as reservas são aplicadas, especialmente os dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries). Outro fator foi que o Banco Central não realizou leilões extras de dólares em 2023, pela primeira vez em 24 anos.
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As reservas internacionais em moeda estrangeira e funcionam como um colchão de segurança contra choques em momentos de turbulência no mercado global. Segundo o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, as reservas internacionais proporcionam uma posição privilegiada ao Brasil em relação aos pares emergentes e que a busca por explicações domésticas para o enfrentamento de um quadro internacional mais adverso tem sido uma prática em vários países do mundo.
Desde 1999, o Brasil adota o regime de câmbio flutuante, mecanismo pelo qual a autoridade monetária pode atenuar oscilações bruscas do real frente ao dólar, o que dá mais previsibilidade para os agentes econômicos.
Balança comercial favorável ajuda a elevar reservas internacionais
O valor máximo das reservas brasileiras foi US$ 388 bilhões em 2019, quando o Banco Central passou a vender esses ativos.
Estudo do Ipea sobre as reservas destaca que o saldo da balança comercial registrado em 2023 foi o maior de toda a série histórica, totalizando US$ 98,8 bilhões, com aumento de 60% em relação ao ano anterior.
No que se refere à conta capital e financeira, o investimento direto no país (IDP) permanece como destaque, embora tenha havido tendência de queda no período recente. Mesmo com a redução de sua intensidade, as entradas líquidas de IDP continuam expressivas, considerando a série histórica.
A taxa de câmbio apresentou importante movimento de valorização e redução da sua volatilidade. Desde 1o de novembro de 2023, a moeda brasileira vem sendo cotada abaixo de R$ 5,00/US$. O saldo comercial forte e a diminuição do risco doméstico medidos pelo credit default swap (CDS) podem explicar a tendência mais otimista. Em contrapartida, a redução do diferencial de juros pode ter algum impacto na trajetória cambial para os próximos meses.