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Risco de inflação é maior temor em pesquisa do BC

Pesquisa do Banco Central com instituições financeiras contém subsídios que orientam os rumos da política monetária

detalhe de cédula do real

Dados da pesquisa indicam um desequilíbrio no cenário de riscos para a inflação | Foto: Getty Images

Antes da nova alta de 0,75 ponto porcentual na taxa básica de juros (taxa Selic), na semana passada, 79% das instituições financeiras consultadas pelo Banco Central atribuíam um risco de alta no cenário central para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021. Para o IPCA de 2022, 62% citavam risco de alta.

Na outra ponta, apenas 1% atribuíram risco de baixa para o IPCA em 2021 e 2% em 2022. A mediana das projeções das instituições para o IPCA este ano é de 5,70% e para o próximo ano de 3,70%.

Os números deram subsídio à decisão unânime do Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa básica para 4,25% ao ano.

Cenário de risco de inflação

Os dados indicam um desequilíbrio no cenário de riscos para a inflação – algo que já vem sendo apontado pelo próprio BC em seu cenário base, com predominância para o risco inflacionário.

Os porcentuais fazem parte dos resultados quantitativos agregados do questionário pré-Copom. Os números, divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira, 23, serviram de base para que a instituição elevasse, na semana passada, a Selic de 3,50% para 4,25% ao ano.

Os resultados do questionário mostra que, antes da decisão sobre a Selic, 58% das instituições consultadas esperavam por uma bandeira tarifária de energia vermelha 1 em dezembro de 2021 e 21% por uma bandeira vermelha 2.

Projeções para o PIB

A mediana das projeções das instituições para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre de 2021, na margem, estava em +0,1% antes do encontro do Copom do Banco Central. No caso de 2021, a mediana era de +5,1% e, para 2022, de +2,2%.

PIB no mundo

O documento divulgado nesta quarta pelo BC também trouxe uma compilação das estimativas das instituições financeiras para o PIB nas principais economias globais. A projeção mediana para o PIB da China em 2021 é de +8,5%. Já o PIB projetado para os EUA é de +6,7% e para a zona do euro de +4,4%.

Conforme o BC, 63% das instituições consideraram o ambiente externo “mais favorável” para as economias emergentes desde o encontro de maio do Copom. Outros 4% consideraram “menos favorável” e 33% classificaram o ambiente como “sem mudanças relevantes”.

Hiato do PIB brasileiro

A mediana das projeções das instituições financeiras para o hiato do produto brasileiro no primeiro trimestre de 2021 é de -3,0%, conforme os dados agregados do questionário pré-Copom. Para o quarto trimestre de 2021, a mediana é de -1,8%. No encontro anterior do Copom, ocorrido em maio, os porcentuais eram de -3,7% para o primeiro trimestre e de -2,7% para o quarto.

O hiato do produto representa a diferença entre o PIB verificado e a estimativa do produto potencial de um país. Números negativos indicam que o PIB é inferior a seu potencial.

Os dados mostram ainda certa dispersão nas projeções sobre quando ocorrerá o fechamento do hiato do produto no Brasil. Entre 73 instituições, 13 delas citaram o terceiro trimestre de 2022; 11 indicaram o quarto trimestre de 2022; 9 citaram o quarto trimestre de 2023. Há ainda instituições que citaram o fechamento do hiato em outros períodos, que vão do quarto trimestre de 2020 ao ano de 2027. (AE)

Os dados agregados estão disponíveis no site do Banco Central.

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